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CLÁSSICOS DA BD
SÉRIE OURO Nº8 |
Agosto de 2005 foi uma data marcante para os fãs portugueses de Tex
Willer! Pela primeira vez uma aventura deste personagem é publicada em Portugal!
Os leitores portugueses, que acompanhavam o herói através das coleções
brasileiras, distribuídas no nosso país desde a década de setenta do século
passado, aguardavam esta data ansiosamente, pois havia largos meses que o
evento era publicitado. “Tex contra Mefisto”1, aventura clássica do personagem que enfrenta pela
segunda vez, aquele que se tornaria o seu pior inimigo, foi a aventura
selecionada para o oitavo número da coleção: CLÁSSICOS DA BANDA DESENHADA,
SÉRIE OURO. Iniciativa conjunta do jornal diário, O CORREIO DA MANHÃ, e a
editora, PANINI COMICS! Na época, num texto escrito para o blogue do Tex
intitulado de "SINGELO??" especulei sobre as condições em que poderia ser viável a publicação no
nosso país, de álbuns especiais deste protagonista. Condições essas bastante
agravadas com recente entrada da Mythos no mercado dos álbuns de luxo, através
de TEX EDIÇÃO GIGANTE EM CORES.
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TEX ALBO SPECIALE |
Passados dez anos sobre o acontecimento confesso que já não acreditava
mais nessa possibilidade! Foi assim com muito entusiasmo que, em Maio último,
tomei conhecimento da iniciativa da Polvo editora em publicar, em Portugal, um
segundo álbum do herói criado em 1948, pela dupla Giovanni
Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini.
Fruto do estrondoso sucesso obtido
em Itália, desde a sua publicação, alvo de várias edições, de várias editoras,
em diversos países, “Patagónia”, a aclamada obra de Mauro Boselli, com a arte de Pasquale Frisenda, foi a opção óbvia.
Todavia, considerando a especificidade do mercado português, terá sido a
escolha acertada?
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PRANCHA ILUSTRADORA DOS MASSACRES
EM TRÊS ARROYOS |
Após os massacres do posto de Belgrano e da povoação de Três Arroyos
pelos Tehuelches do norte, o chefe de estado-maior da república Argentina, o
general Alsina, defensor de uma política de boa vizinhança e de coabitação com
os índios, vê-se pressionado pelos seus adversários políticos e, pela opinião
pública do seu país, a envolver-se numa guerra contra toda a população
indígena. Numa tentativa de evitar a guerra eminente que poderia levar ao
extermínio das diversas tribos, o general organiza uma expedição militar com os
objetivos de capturar os autores dos massacres, resgatar os reféns, e obter a
assinatura de tratados de paz com as tribos pacíficas. Anulando desta forma os
argumentos dos detratores da sua política! Tex e o seu filho Kit vão ser
envolvidos nesta perigosa missão a pedido do encarregado de chefiar a expedição
às pampas, o major Ricardo Mendoza, amigo de longa data de Tex e Montales. A
situação já de si explosiva vai agravar-se com a nomeação do general Roca, para
novo chefe do estado-maior, por falecimento do general Alsina. A orientação
política do novo comandante não visa o diálogo mas sim, a subjugação de todas
as tribos ao poderio militar, incluindo as que se mantiveram neutras. Perante
esta alteração drástica, na forma de levar a paz ao território, Tex vê-se
perante o dilema de cumprir a palavra dada a Ricardo, mantendo-se a seu lado
nos massacres que se avizinham, ou, faltar ao compromisso assumido, lutando ao
lado dos índios pacíficos que considera injustiçados
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FUZILAMENTO DE JUDEUS EXECUTADO PELOS NAZIS |
A história universal está repleta de exterminações em massa de grupos
étnicos ou religiosos, em nome das mais diversas causas. Bem presentes na
memória dos povos estão as atrocidades cometidas pela Alemanha nazi, no período
compreendido entre 1933, após a subida ao poder do partido Nazista e do seu
líder, Adolf Hitler, até ao final da segunda guerra mundial. Período em que a
“Solução Final”, nome atribuído ao projeto de aniquilação total dos judeus
europeus, provocou a morte de cerca de seis milhões de pessoas, só dessa raça.
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ILUSTRAÇÃO SOBRE O GENOCÍDIO DOS ÍNDIOS
DURANTE A CONQUISTA DA AMÉRICA |
O
primeiro genocídio dos tempos modernos ocorreu, no entanto, muitos séculos
antes, aquando da conquista da América. Estudos levados a cabo por
historiadores do seculo XX permitiram concluir que durantes cinco décadas,
entre 1500 e 1550, o continente americano perdeu, pelo menos, 70 milhões de
seres humanos. Cerca de noventa por cento da população estimada para a época!
Séculos mais tarde, na Argentina em 1834, foi desencadeada uma operação,
intitulada de “Campana del desierto”, que visava o extermínio dos indígenas
sobreviventes que ocupavam as pampas, transformando-as em espaços desabitados,
com o propósito de possibilitar o avanço da chamada civilização. A iniciativa
coordenada com o governo do Chile a que se juntou também o Uruguai, não teve o
sucesso pretendido e, posteriormente, em 1878, o ministro da guerra, Julio Argentino
Roca, leva ao Congresso Nacional e aprova a lei de expansão das fronteiras. O
que não foi mais do que a continuação da campanha do deserto, com o mesmo
objetivo: Erradicar a população indígena das pampas e substitui-la por uma
população, dita civilizada. Roca, intitulado de conquistador do deserto e que
viria inclusive a tornar-se presidente da Argentina em 1880, é hoje considerado
por diversos historiadores, como o fundador da Argentina moderna.
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TROPAS ARGENTINAS DO SECULO XIX |
Conjugando uma ideia de Sergio Bonelli, que pretendia colocar Tex no seio
das campanhas do deserto na Argentina, com um dos factos que despoletaram
segunda tentativa de irradicação da população indígena das pampas, os massacres
dos habitantes da povoação de Três Arroyos,
Boselli constrói o enredo de “Patagónia”, que já é considerada por
muitos, como das melhores histórias de sempre deste herói. Esta mistura entre a
realidade e ficção, extremamente bem conseguida pelo autor, pode ser
enriquecedora e transformar o que é lúdico em didático, faltou no entanto, destrinçar
quais os factos veridicos2.
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PRANCHA DE FRISENDA |
Considerar “Patagónia” um western significa que não se leu a obra, ou, no
mínimo, equivocou-se! A única semelhança que esta aventura têm com o western é
o facto de dois dos protagonistas vestirem indumentárias de cowboys!
“Patagónia” pode ser considerada uma aventura épica, um trama politico, um
drama humano, ou a mesmo, a combinação destes três géneros. Mas nunca um
western! O fulgurante sucesso desta história pode-se justificar pela riqueza
dos temas! Temas interessantes, como as disputas raciais pelos territórios,
racismo, genocídio, e políticas de expansão e desenvolvimento económico. Temas
fraturantes da opinião pública em qualquer país ou época! Mas não são apenas os
temas! “Patagónia” é muito mais! A obra encontra-se recheada de personagens
carismáticos, como Ricardo Mendonza, porventura o personagem que mais
sobressai: Homem honesto, leal, patriota, sonhador, honrado, cujos ideais e
valores se sobrepõem às suas ambições pessoais. Ricardo personifica claramente
aquelas pessoas que estão sempre preocupadas em fazer o mais correto! Que
avaliam todas as consequências de cada decisão! Que percebem, que
independentemente da decisão que tomarem, há sempre consequências, e que
existirá sempre alguém a sofrer por essa tomada de decisão. Este idealista, não
obstante ser o chefe da expedição, vai sendo constantemente arrastado pelos
acontecimentos, e apesar de arriscar a sua carreira ao tentar contornar as
ordens, de forçar os Ranqueles à rendição incondicional, vai revelar-se
impotente para impedir a guerra, que tanto queria evitar. Em oposição ao
honrado Ricardo sobressai o major Recabarren que representa algumas das piores
facetas do ser humano. Individuo cruel, cínico, sádico, racista, prepotente,
inconsciente e vingativo, que se tornará o principal responsável pela
inevitabilidade da guerra, ao ordenar o fuzilamento de Mancuche e exterminar a
tribo dos Tehuelches do sul. Os aliados do exército Argentino!
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CALFUCURÁ, CHEFE DOS
TEHUELCHES DO NORTE |
Seria exaustivo estar a caracterizar todas as personagens que se destacam
pois são bastantes, contrariando de certa forma, as aventuras recentes do
ranger onde se aponta como uma das principais lacunas, a inexistência de
personagens carismáticas. Além de Ricardo, mas com menor dose de protagonismo,
salientam-se: Calfucurá o sanguinário chefe dos Tehuelches do norte, Mancuche,
o nobre e honrado chefe do Tehuelches do sul, Chonki, Fernando e Julio Morales,
os fiéis batedores gaúchos, mas também Solano, que após a derrota na luta com
Tex se tornaria um aliado fiel, e um dos principais responsáveis pelo sucesso
da operação de resgate dos reféns, realizada à aldeia de Calfucurá.
Além dos temas e dos personagens, outros fatores poderão ter contribuído
para o sucesso desta aventura, como o facto de decorrer nas pampas argentinas,
cenário inesperado para uma aventura de Tex, ou as influencias demasiado
evidentes de Nolitta, incorporadas principalmente no personagem Ricardo
Mendoza, com as dúvidas que o atormentam sempre que têm de tomar decisões, e no
final dramático, em que todas as partes ganham um pouco, mas perdem imenso.
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TEX ITALIANO Nº 250 |
Como aspeto menos conseguido no trabalho de Boselli, considero a forma
pouco crível como coloca Tex e Kit no centro da ação! Não me parece plausível
que um cowboy seja convidado a chefiar uma patrulha de exploradores, numa
expedição punitiva do exército argentino, ao interior das pampas, sendo-lhe
atribuída a patente de capitão. Seria mais verosímil se o convite fosse para
consultor, sem nenhuma patente militar. Em “Il solitario del West” 3, numa aventura com
algumas semelhanças, em que os mesmos personagens saem do seu “habitat
natural”, desta vez à Colômbia e Panamá, Guido Nolitta, o argumentista,
conseguiu ser mais credível ao justificar com a tristeza de Kit, provocada pela
morte de um amigo e com a necessidade de distrair para esquecer a dor. Tex e
Kit aceitam o convite do fotógrafo O`Sullivan apenas para acompanharem a
expedição, e nunca com a pretensão de resolverem problemas!
Se o trabalho de Boselli é muito bom, como considerar arte de Frisenda?
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VINHETA CENA NOTURNA |
Apesar de não considerar Pasquale Frisenda um dos meus desenhadores
preferidos, parece-me impossível não gostar deste seu primeiro trabalho em Tex.
Não é fácil de caracterizar o seu traço! Vejo-o como uma mistura de Ortiz dos
tempos áureos, devido à caracterização dos personagens e ao contraste
branco/negro que consegue colocar nas suas pranchas, com Ivo Milazzo, mas com
maior realismo e detalhe. Não considero o seu traço limpo, na linha de
Civitelli ou Villa mas é preciso, firme, pouco denso e muito expressivo. As
cenas noturnas são belíssimas, com Frisenda a conseguir um doseamento perfeito
do branco/negro, mas também as cenas de nevoeiro, muito densas, muito
realistas, onde é possível identificar, de uma forma dissimulada, quase
imperceptível, a utilização da técnica do pontilhismo para conseguir as
diferentes tonalidades de cinza. A composição dos personagens, a atenção ao
detalhe no vestuário, nos acessórios, nos utensílios dos espaços interiores,
são outros dos pontos altos do trabalho deste artificie milanês de 1970. Como
menos positivo, o uso abusivo do preto em cenas não noturnas, que em algumas
pranchas, dificulta a perceção da altura em que ocorre a ação. Acrescento também
a composição do personagem, demasiado corpulento e com uma fisionomia de
perfil, com o maxilar inferior demasiado pronunciado, fazendo lembrar Arnold
schwarzenegger. No entanto, à que realçar a coragem do desenhador em “fugir” ao
modelo de Villa ou de Ticci, definindo logo na primeira história, “o seu Tex”.
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EDIÇÃO DA POLVO |
Posso discordar da maioria quando afirmam que estão perante uma das
melhores histórias de sempre, do personagem, mas concordo plenamente, quando a
consideram uma das melhores dos últimos anos. Acrescento mesmo, deste século! Globalmente
a aventura é muito boa, devido à riqueza dos temas, à vastíssima galeria de
personagens, ao dramático desfecho, e à magistral arte do desenhador. A editora
Polvo apresenta-a num álbum de 228 páginas, de formato 24,5 por 18,5
centímetros, dotado de capa de cartolina com abas, com papel de excelente
qualidade e excelente impressão, numa imbatível relação qualidade/preço.
Então se considero o álbum muito bem concebido, e a aventura a melhor
deste século, porque questiono as opções da Polvo?
Não estão em causa, nem qualidade de história, nem do álbum! O que
questiono, é se estas opções foram as mais adequadas tendo em conta o mercado
da BD português, que como se sabe, é anémico. Quais foram os objetivos da Polvo
ao publicar este álbum? Foi um teste ao mercado? Espera fazê-lo periodicamente?
Qual é o público-alvo? Os colecionadores do personagem, os fãs de western, da
BD, ou o grupo restrito que procura álbuns de qualidade? É que a melhor
história, e uma excelente relação qualidade/preço do produto, não significam
necessariamente, as melhores opções, temos de ter em conta, para quem se
destinam!
Aparentemente a Polvo não teve em conta outros critérios que não a
qualidade, e escolheu a aventura que nos últimos anos maior sucesso obteve
junto dos fãs. Se o objetivo era cativar os colecionadores portugueses do
ranger, então foi uma ótima escolha! O problema é que estes não passam de umas
dezenas, quando muito uma ou duas centenas! Refiro-me aos que efetivamente
compram mensalmente as publicações, e para esses, qualquer história, de
qualquer argumentista, e em qualquer formato, seriam a escolha acertada. Se
acrescentarmos os fãs portugueses do personagem, poderemos chegar até cerca de
quatrocentos/quinhentos potenciais compradores! Mas obviamente, grande
percentagem destes não vai adquirir o álbum! Parece-me claro, que com estes
números, o sucesso do empreendimento da Polvo está comprometido! Isto é, não
chega atingir os fãs do personagem, é necessário cativar outras franjas do
mercado! È nessa lógica que considero, que “Patagónia” não é a melhor opção!
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TEX Nº1 - 1ª EDIÇÃO |
Relativamente à melhor história para o empreendimento, parece-me que a
Polvo cometeu os mesmos erros que a Vecchi, quando selecionou “O signo da
serpente” para o primeiro número da coleção brasileira TEX, e também, da
parceria entre o jornal O CORREIO DA MANHÃ e a editora PANINI COMICS, quando
selecionaram “Tex contra Mefisto”4,
para o oitavo número da coleção “CLÁSSICOS DA BANDA DESENHADA, SÉRIE OURO. Para
quem têm o primeiro contacto com o personagem, e desconhece completamente o
universo texiano, os ambientes das três aventuras são demasiado inusitados para
parecerem credíveis num western. Não quero ser mal interpretado, a BD também é
fantasia, e aprecio bastante esta mistura de géneros, particularmente nestas
três aventuras, provavelmente como a maioria dos fãs. Mas estas histórias pouco
tradicionais poderão desagradar aos leitores mais conservadores, afastando-os
definitivamente de futuras edições, afinal, esperavam encontrar um western... Neste
caso, um western mais clássico, como “Pioneiros” ou “Na trilha de Oregon” da
edição italiana “ALBO SPECIALE”, ou “Jovens assassinos” do TEX mensal, poderiam
ser histórias mais cativantes para os desconhecedores de Águia da Noite.
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PASQUALLE FRISENDA |
Quanto aos autores de “Patagónia”, Mauro Boselli e Pasquale Frisenda,
autores conceituados particularmente em Itália e no universo Bonelliano.
Boselli escreveu principalmente histórias de Dampyr, Tex e Zagor, mas também,
de Mister No. Frisenda destaca-se essencialmente pelos trabalhos em Ken Parker
e Magico Vento, chegando a Tex justamente com “Patagónia”. Apesar de serem
consagrados no país da velha bota, são muito pouco conhecidos em Portugal,
especialmente se excluirmos os fãs das publicações Bonelli, pelo que os seus
nomes só por si, não aumentam o número de potenciais compradores. Neste caso, a
melhor opção seria optar por um desenhador com maior reputação em Portugal,
como Colin Wilson por ser desenhador de Blueberry e Judge Dreadd, cativando
assim os seus seguidores, ou José Ortiz ou Joe Kubert, pelos trabalhos em
Tarzan. Os espanhóis fazem-no muito bem! Publicam as histórias de Tex desenhadas
e escritas por artistas espanhóis, potenciando assim as vendas!
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COMPARAÇÃO COM EDIÇÕES DA
MYTHOS E DA CLAIR DE LUNE
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Se pensarmos nos colecionadores de álbuns, outra faixa de potenciais
compradores, a edição da Polvo não deixa de ficar aquém, para quem procura
álbuns luxuosos. A capa demasiado mole e o formato, que das edições especiais
que conheço, de diversos países, é o mais reduzido, em que a área útil das
pranchas é, apenas, ligeiramente maior que no TEX mensal italiano, são
visivelmente os pontos fracos da edição. Para ter essa perceção basta
compara-lo com o TEX EDIÇÃO GIGANTE EM CORES, da própria Mythos, ou com a
edição francesa da Clair de Lune, em que fica claramente a perder.
Outro aspeto que poderia ter contribuído para melhorar o álbum, ou
publicitar os que poderão ser lançados num futuro próximo, seria inclusão de matérias
sobre o herói: Breve história do personagem, edições existentes em Itália,
valores sobre tiragens, países onde é, ou foi publicado, as histórias mais
emblemáticas, artistas consagrados que já o escreveram ou desenharam, etc.
Informação irrelevante para a grande maioria dos fãs, mas que seria uma
excelente publicidade para quem têm o primeiro contacto.
Sim, tinha muitas reservas relativamente às opções da Polvo para esta
edição! Se as escolhas de editora eram de facto, as mais corretas! E sim,
estava muito cético relativamente ao sucesso deste empreendimento! As minhas
dúvidas subsistiam essencialmente pela necessidade de conquistar compradores
fora dos colecionadores da gama Bonelli, porque temia que estes fossem
insuficientes para viabilizar o projeto. Afinal não existiam razões para o meu
pessimismo! Segundo Jorge Magalhães, a editora prepara-se para o lançamento de mais um álbum para Abril de
2016, o que indicia claramente o sucesso de “Patagónia”. Deste modo, ou estava
equivocado em relação ao numero de texianos, e eles só por si garantiram o
êxito das vendas, ou relativamente às opções da Polvo, que afinal agradaram o
publico em geral. Todavia, o que realmente importa, é que graças a esta
corajosa editora, “Tex contra Mefisto” acabou por não ficar singelo, e que não
vai ser necessário mais uma década, para Portugal ter uma nova edição de Tex
Willer!
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Nesta avaliação à obra procurei “despir o trajo” de fã” e acrescentar uma
perspetiva mais analítica! Nesse sentido, não dei especial relevância aos
aspetos positivos que existem e são bastantes, mas sim aos pontos menos
conseguidos, pois em minha opinião, numa crítica, mais importante que elevar os
aspetos positivos, deve-se salientar os pontos onde existe espaço para
melhorar.
Para a futura edição, que segundo o blogue se perspetiva para Abril de
2016, gostaria de deixar à consideração, além das sugestões implícitas no
texto, a possibilidade de realização de pré-venda junto dos colecionadores.
Conjugando a divulgação antecipada de detalhes nos blogues, fãs-clubes,
facebook etc., com uma redução de preço por pagamento antecipado, poder-se-ia
reduzir custos de financiamento e, em simultâneo, de publicitar o álbum e
produzir uma estimativa de vendas. A própria Mythos editora utiliza esta
possibilidade para a venda dos seus álbuns, assim como as pequenas editoras,
onde se incluem a Lírio Comics, ou mesmo os autores como G.G Carsan, com o seu
“Tex no Brasil 3”.
LEGENDA:
1 História publicada no TEX mensal italiano nos
números 39 e 40 em janeiro e Fevereiro de 1974. No Brasil publicada pela
primeira vez em 1975 nos números 48 e 49, do TEX 1ª edição, sendo
posteriormente publicada em diversas outras coleções do personagem.
2 Cortado na edição da Polvo, mas presente nas edições
italiana e brasileira da Mythos, o texto, “La conquista del desierto”, de
Renato Genovese, esclarece quais eventos da narrativa aconteceram realmente. Os
generais Alsina e Roca, as politicas por eles defendidas, e o chefe indígena Calfucurá,
foram protagonistas de relevo na história da Argentina do século XIX. Na
aventura não são referidas datas, no entanto, Alsina viria a falecer no final
de 1877 e o general Roca seria nomeado ministro da guerra e marinha, no inicio
de 1878, pelo que é facilmente identificável a época dos eventos.
3 Do TEX italiano 250 a 252 publicados em 1981. No
Brasil a história foi publicada apenas duas vezes, a primeira em 1983, nas
edições mensais de TEX 163 a 165, e a segunda em 2012, em TEX COLEÇÃO, numeros
303 a 305.
4 A seleção de “Tex contra Mefisto” foi condicionada
pela publicação em Itália, de uma coleção semelhante aos “Clássicos da Banda
Desenhada, Série Ouro” como justificou José Carlos Francisco, nos
comentários a "SINGELO",
FONTES:
Patagónia
– Polvo Editora
La
conquista del desierto, por Renato Genovese – TEX GIGANTE Nº 23 da Mythos
Editora