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Fábio Civitelli |
Para quem se deslocou a Moura, ao
festival da BD realizado em Maio último1, facilmente se apercebeu que a grande
estrela do festival, foi sem dúvida Tex Willer, personagem da BD italiana,
também conhecida por fumetti, criada no já longínquo ano de 1948, por GianLuigi
Bonelli e Aurélio Galeppini.
A
parte dedicada a este herói da BD, ocupava cerca de metade da área de toda a
exposição e estava claramente dividida em três secções:
-
Tex de Civitelli, exposição de várias pranchas deste grande desenhador
italiano, para muitos leitores considerado um dos melhores desenhadores do Ranger.
-
Tex de José Carlos Francisco, exposição de parte da colecção deste
coleccionador, colecção de todo o tipo de artigos dedicados a este personagem, que
engloba essencialmente livros e revistas de praticamente todos os países onde
é, ou foi publicado. Colecção absolutamente fantástica, que desperta nos
coleccionadores de BD um misto algo contraditório de sentimentos: Admiração –
qualquer coleccionador pretende adquirir o máximo de artigos do que colecciona
e se possível completar a sua colecção. O José tem sem dúvida, uma colecção
digna de ser alvo de admiração, de tão espantosa que é. Frustração – Por muita
dedicação e esforço que empenhemos para conseguirmos uma colecção deste
calibre, é quase impossível igualá-la, uma vez que o seu proprietário não pára
de acumular artigos que a engrandecem a cada dia que passa. Parabéns José
Carlos, pela colecção, pelo esforço, pela dedicação e por tudo o que têm feito
em prol deste personagem que tanto admiramos.
-
Os novos desenhadores de Tex, exposição de pranchas ainda por publicar, dos
quinze novos desenhadores de Tex. Nesta parte estavam expostas pranchas de cada
um dos novos elementos, que começarão a abrilhantar as páginas das várias
revistas dedicadas ao personagem.
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Sérgio Bonelli |
Quando
soube desta entrada massiva de desenhadores para o staff de Tex fiquei
intrigado, porquê?
Não pela entrada de novos
artistas do pincel, mas sim pelo seu exagerado numero. Quais serão os motivos que
levarão Sérgio Bonelli a tomar esta opção? Nunca colocando a opção em causa,
apenas pretendo perceber os motivos. Nolitta já provou ao longo de todos estes
anos de vida editorial, que é um excelente editor, apesar de ser sem sombra de
dúvida, melhor a escrever histórias de BD. É pena não existir outra Tea
Bonelli, para que à semelhança do que aconteceu com o seu pai, se dedicasse
exclusivamente aos argumentos e roteiros de BD, onde é inigualável.
Apesar de ter escrito muito
poucas histórias de Tex, em comparação com o seu pai ou com Cláudio Nizzi,
consegue colocar muitas delas na selecção de melhores histórias de qualquer
leitor. Recomendo a leitura ou releitura de: Missão em Great Falls (Tex 131-134)2;
O solitário do oeste (Tex 163-165)2; A patrulha perdida (Tex 177-179)2;
A grande ameaça (Tex 182-183)2 e O Assassino sem rosto (Tex 193-195)2, só para mencionar algumas. Em Zagor,
explorou como nenhum outro o personagem Chico, ao ponto deste rivalizar com o
protagonista da série e devido à popularidade adquirida ter ganho inclusive uma
revista própria. Com Nolitta, as histórias são muito movimentadas, repletas de
acção e aventura, sem nunca descurar outros ingredientes como o humor.
Como já referi, Nolitta dava
grande importância ao Chico, ao ponto de inserir pequenas histórias, que por
vezes não tinham qualquer ligação à trama principal e que ocupavam quarenta ou
cinquenta hilariantes páginas.
Para os leitores mais recentes de
Zagor, que não conseguem perceber o porquê de Chico ter tantos admiradores,
sugiro que leiam a colecção Zagor publicada pela RGE e Globo. Ao todo são 38
revistas, com excepção do Nº1 (escrita por Tiziano Scalavi), e números 27, 28 e
29 (Alfredo Castelli), todas são escritas por Nolitta. Esta colecção apresenta
várias histórias que marcaram a vida do personagem, como as primeiras aparições
do Super Mike, Kandrax e Winter Snake. Aparecem também histórias com o Helligen
e o Vampiro, além dos estarem presentes quase todos os amigos de Zagor, enfim,
uma colecção “curta”, mas muito atractiva em termos de conteúdo.
Outra das características que
muito aprecio nas histórias de Nolitta, é a carga de suspense que consegue
introduzir nas suas histórias, existe suspense até ao desenlace final, o que
Nizzi muito raramente consegue, nas muitíssimas histórias que já escreveu para
Tex.
Voltando
ao assunto que me levou a escrever: Porquê quinze novos desenhadores para Tex?
Se acrescentarmos a entrada de
Mário Milano nos finais de 2006, somam dezasseis novas entradas, o que
significa uma autêntica revolução no personagem. Podemos então concluir sem
margem para erros, que Tex está para entrar numa nova fase, em meu entendimento,
na 5ª fase da sua história.
1ª Fase – De Setembro de 1948 a Junho de 1966
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Desenho de Galep |
As histórias
eram escritas por G.L. Bonelli e desenhadas quase em exclusivo por Galep.
Devido ao enorme sucesso da série, o que levou ao aumento do número de páginas
publicadas mensalmente, Galep começou a ser auxiliado por outros desenhadores,
(Virgílio Muzzi, Francesco Gamba, Guido Zamperoni, Lino Jeva e Mario Uggeri),
que se limitavam a desenhar algumas pranchas por história. Pranchas essas, que
por vezes eram retocadas ou arte finalizadas pelo mestre Galep.
2ª Fase – De Junho de 1966
a Janeiro de 1976
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Vinhetas desenhadas por G. Ticci |
O que marca o início
desta fase, é a primeira história totalmente desenhada por outro desenhador que
não Galep. Em Junho de 1966, o Tex italiano Nº 68, marca a estreia de Guglielmo
Lettèri como desenhador oficial da saga. A partir deste numero, Galep começou a
alternar com outro desenhador a responsabilidade dos desenhos em histórias
completas, alternando assim o trabalho, primeiro com Lettèri, que a seguir a
Galep é o desenhador que mais histórias têm desenhadas do Ranger e mais tarde
com Erio Nicolò, Giovanni Ticci, Ferdinando Fusco e também Muzzi, que teve
finalmente a oportunidade de desenhar histórias completas e não pranchas, como
tinha acontecido na fase anterior. Fase de boa qualidade, quer a nível de
desenhos quer de argumentos, que continuavam a ser alvos da genialidade do
criador, GL Bonelli. Fase onde foram criadas algumas das melhores histórias de
Tex, saliento as seguintes histórias publicadas na edição brasileira:
Forte Defiance (Tex 42-45), Entre
duas bandeiras (Tex 53-55), A cruz trágica (Tex 50-52) e A grande intriga (Tex 107-110),
entre muitas outras histórias igualmente dignas de registo. Quanto a esta
última, que a editora Mythos se prepara para publicar na próxima edição de Tex
Edição Histórica, vai tornar-se um
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Zagor ed. brasileira Nº 6 da Record |
“marco” histórico para esta colecção e para
a editora, se a publicar completa numa única edição. Uma das premissas de Tex
Ed. Histórica, era publicar todas as histórias por ordem cronológica, o que
rapidamente foi alterado devido à grande disparidade de páginas que cada
história comporta, assim, agrupam-se pequenas histórias para que a revista
tenha sempre um número elevado de páginas. A colecção também previa publicar
unicamente histórias completas, o que foi conseguido até hoje. Mas então o que
fazer a uma história que ultrapassa as quinhentas páginas? Apenas a editora Record
teve a coragem de publicar uma revista de BD com esta dimensão, (Zagor Nº6, O
raio da morte), mesmo assim esta história “só” tinha 436 páginas, ainda muito distante
das quinhentas agora exigidas. Espero que a Mythos tenha essa coragem e resista
à tentação de publicá-la em 2 partes. Se não o fizer, nas próximas histórias
colocará sempre essa hipótese, acabando por banalizar esse facto e a colecção.
3ª Fase – De Janeiro de 1976 a Julho 1983
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Tex ed. italiana Nº 183 |
O Tex italiano
nº183 apresenta a 1ª história de Guido Nolitta, esta história à semelhança da
1ª de Lettèri também marca a entrada de uma nova fase. As histórias passam a
ser escritas por pai e filho, com maior intensidade pelo criador. Fase muito
semelhante à anterior, o nível das histórias é extremamente elevado, o naipe de
desenhadores que se manteve da fase anterior era excelente e foi reforçado por Vicenzo
Monti em 1982, já no final desta fase. Devido ao cunho muito pessoal e
característico de cada um deles, qualquer leitor de Tex, folheava a revista em
qualquer ponto e identificava automaticamente o desenhador. Apesar de não ser
grande apreciador da arte de Fusco, talvez por ser um desenho muito detalhado
que não brilha no formato em que é publicado no Brasil, (a prancha original têm
um formato superior a A4, sendo muito reduzido para publicação), considero que
a 2ª e 3ª fases são as melhores fases de Tex, G.L. Bonelli estava no auge das
suas potencialidades de escritor e Nolitta engrandeceu esta fase com algumas
das melhores histórias como já mencionei. Além das histórias escritas por Nolitta
que já referi, destaco ainda as escritas por GL Bonelli: Trapper (121-124)2, A águia e o
relâmpago (136-138)2e Jogo aberto (147-149)2
Recomendo aos leitores mais
jovens a leitura destas 2 fases, podem acompanhar as histórias ou em Tex colecção,
(a partir do Nº 96), ou Edição histórica, (a partir do Nº36).
4ª Fase – De Julho 1983
a Fevereiro a de 2007
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Cláudio Nizzi |
A entrada de Nizzi
em Julho de 1983 faz com que se abra uma nova e incaracterística fase do
personagem, muitos não concordarão comigo e provavelmente fariam subdivisões
desta fase, no entanto, apesar de se terem passado muitos acontecimentos
importantes ligados ao personagem e aos seus criadores, não considero nenhum
facto marcante que justifique essa mesma divisão, senão vejamos:
- GL Bonelli escreveu
a sua última história em 1991, (Tex 364)3, tinham entrado para a
série os seguintes desenhadores: Fábio Civitelli 1985, Jesus Blasco e Cláudio Villa
1986, Rafaelle della Monica e Alberto Giolitti 1989 e Raffaele Carlo Marcello
1991. Estas entradas como podem observar foram espaçadas no tempo, como tal não
provocaram nenhuma instabilidade. O próprio abandono de um dos criadores, foi
feito de uma forma gradual, Bonelli escreve esta história para se despedir
oficialmente de Tex, uma vez que ele já não escrevia nenhuma história desde
1989, (Tex 340)3 e o principal responsável pelos argumentos já era o
Nizzi, que nos primeiros anos seguia de uma forma metódica, a fórmula de
Bonelli na elaboração das histórias.
- O
Falecimento de Galep em 1994. É verdade que o Ranger ficou “órfão” de pais a
partir do Tex Nº4013, no entanto, o Galep apesar de ainda ter um
belíssimo traço, como ficou provado em
Tex Nº4003, meses antes da sua morte, já desenhava
muito poucas histórias, (a anterior, Tex 3773 quase dois anos antes);
Pelo que a sua ausência na série só foi mais notada, porque todas as capas
tinham sido de sua autoria até esta data.
- Entre 1991 e 1994 entraram os
seguintes desenhadores: Victor de la
Fuente 1992 e José Ortiz 1993.
- A
primeira história escrita por Boselli, Tex 4073 em Setembro de 1994,
para mim não marca o início de uma nova era, apesar de a partir desta história,
os argumentos da série principal terem passado a ser escritos quase
exclusivamente pela dupla Boselli/Nizzi. Não podemos esquecer que além de
Boselli, tanto Michele Medda como Decio Canzio, foram testados como alternativa
a Nizzi, tendo a opção recaído sobre Boselli. Mais um desenhador que entrou
para o “staff”, após passar o teste no Texone, foi ele Aldo Capitanio em 1995. Andrea
Venturi por sua vez, aparece pela primeira vez em 1996, no almanacco del west
desse ano.
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Maxi - Tex Nº 2, o 1º escrito por A. Segura |
- Em
1997, na colecção MaxiTex surge um novo Argumentista, António Segura, que
apesar de só terem publicado as suas histórias nesta colecção, veio juntar-se á
dupla oficial do personagem.
- Entre
1997 e 2007 muitos outros artistas da 9ª arte se juntaram ao personagem, artistas
como Alfonso Font 1998, Miguel Angel Repetto 1999, Bruno Brindisi 2002, Manfred
Sommer, Robert Diso, Raul e Gianluca Cestaro 2003 e Mario Milano 2006.Só me
referi àqueles que constituem a equipe oficial, muitos outros tiveram
participação principalmente na colecção Texone, artistas do pincel como: Joe
Kubert, Ivo Milazzo, Magnus ou Colin Wilson, ou ainda outros que participaram
em Almanacco del West: Caleggari e Gattia nos desenhos e Pasqualle Ruju Texto.
Como
podem Observar, foi uma fase muito longa e incaracterística como já referi, aos
muitos desenhadores já mencionados temos de acrescentar aqueles que transitaram
da fase anterior e que se mantêm até aos dias de hoje, casos de Ticci e Fusco,
e também os já falecidos, Nicolò e Lettèri.
Argumentistas também foram vários,
GL Bonelli, Cláudio Nizzi, Decio Canzio, Guido Nolitta, Mauro Boselli e Michele
Medda.
5ª Fase – De Fevereiro a de 2007 a ….
Senão fosse a
confirmação oficial da editora, da massiva entrada de novos desenhadores, que
praticamente coincide com a entrada de um novo argumentista: Tito Faraci, não
poderíamos concluir que se estava a iniciar uma nova fase. Isto porque além dos
trabalhos dos novos elementos, há que publicar também, de uma forma intercalada,
os trabalhos de todos os outros desenhadores, assim, até se publicar um único
trabalho de cada um deles, vão se passar anos, no mínimo três, pelo que a
entrada dos novos elementos confundir-se-ia com uma entrada a “conta gotas”, o
que estaria muito longe da realidade.
Voltamos
à questão: Porquê quinze novos desenhadores para Tex?
Apenas podemos especular, eu como
leitor interessado tenho as minhas ideias baseadas nas notícias que vou lendo
sobre o assunto, ideias que passo a expor:
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Miguel Angel Repetto |
- Grande parte dos actuais
desenhadores de Tex possui idade avançada, pelo que é de prever, num futuro
muito próximo, alguns deles sejam afectados por problemas de saúde, problemas
que os impeçam de exercer a sua actividade profissional. Estou a referir-me
nomeadamente a: Fusco, Ortiz, Repetto, Marcello e Sommer, todos eles já
ultrapassaram os setenta e três anos de idade, mas também a Ticci e a Font, que
já ultrapassaram os sessenta.
- A editora Bonelli possui um
número muito elevado de colaboradores, colaboradores de elevada qualidade dos
quais Nolitta não quererá prescindir, mesmo em situação de redução de
publicações. Assim, “recruta-os” para o “staff” de Tex, reduz o número de
trabalhos a cada um deles e torna possível a sua manutenção nos quadros da
empresa, mostrando mais uma vez que além de óptimo gestor, também é um ser
humano que muito se preocupa com os seus colaboradores.
- O Texone sempre foi um problema
“bicudo”, a tarefa de encontrar um desenhador de créditos firmados a nível
internacional, que estivesse disposto a desenhar mais de 200 páginas, sempre
foi muito difícil desde o início. Parece-me que Nolitta, sem
desvirtuar o teor da colecção, resolveu este problema por vários anos, alguns
destes novos elementos, desenharão um Texone e posteriormente passarão então ao
Tex normal; Brilhante.
- Em vez de seleccionar 4 ou 5
desenhadores que porventura necessitaria nesta fase, coloca os 15 a desenhar algumas
histórias e a selecção será posteriormente efectuada pelos leitores, reduzindo
assim as hipóteses de errar na escolha e passando essa responsabilidade,
àqueles para os quais a revista é publicada.
- Publicação de uma nova revista
ou a redução da periodicidade do Almanaco ou do MaxiTex.
Quanto
aos novos desenhadores, cujas pranchas tive oportunidade de apreciar em Moura e
correndo o risco de errar nas minhas apreciações, uma vez que não se pode
ajuizar o trabalho de cada um deles, apenas pela visualização de 2 pranchas; Sabendo
no entanto que, não existe uma segunda oportunidade para causar uma boa
primeira impressão, passo a referir apenas aqueles que mais me impressionaram:
- Positivamente:
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Prancha de Marco Torricelli |
Marco
Torricelli, fantástico! Soberbo! Em minha opinião o melhor de todos. Se
conseguir cumprir os prazos, mantendo a qualidade evidenciada nas 2 pranchas
expostas, têm tudo para se tornar um dos melhores desenhadores de Tex de todos
os tempos. Espero que a sua entrada se faça através de um Texone, seria
lamentável não termos um Texone desenhado por este artista, o que provavelmente
irá acontecer se entrar directamente para o Tex mensal. Já basta não existir um
Texone desenhado por Gallieno Ferri, para mim a grande falha de Sérgio Bonelli como
editor, Ferri merecia sem dúvida este prémio por todo o seu trabalho ao longo
de quase cinquenta anos de dedicação à SBE, assim como Tex.
Giacomo Danúbio e Bianchini
& Santucci, desenhos de grande qualidade, muito límpidos e detalhados à
semelhança de Civitelli. O cenário está quase sempre presente, mesmo nos
grandes planos, o que valoriza muitíssimo a qualidade do desenho – localizar o
local da acção em todos os quadros.
Lucio Filippuci, apenas
não aprecio muito a forma como desenha Tex nos grandes planos.
Alessandro Piccinelli,
muito bom trabalho à semelhança dos já mencionados, no entanto, a quase
ausência de cenários em grandes planos, desvaloriza muito a qualidade do mesmo
como já referi, ainda mais se nota se a história abusar desta perspectiva, não
sei se este artificio é utilizado pelos desenhadores para poderem cumprir os
prazos ou simplesmente porque é mais cómodo. Melhorará substancialmente se as
histórias não forem apresentadas sobre esta perspectiva. Tenho óptimas expectativas
para este desenhador.
-Negativamente:
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Prancha de Orestes Soares |
Orestes Suares
e Corrado Mastantuono, desenhos demasiado “sujos” e de traço muito
pouco preciso, enfim, a arte destes dois artistas não me impressionou, nem sequer
gostei da versão do protagonista apresentada por eles, a de Suares então,
parece um energúmeno, um autentico “brutamontes”.
Quanto aos restantes, espero
observar novos trabalhos para que possa ter uma opinião mais formada, as duas pranchas observadas não foram suficientes.
Acredito
que foi a conjugação de alguns pontos referidos que levaram o editor a provocar
esta revolução em Tex, espero que esta fase não seja muito longa, (não
ultrapasse 4 ou 5 anos) e estabilize num número mais restrito de desenhadores,
com excepção dos convidados para o Texone obviamente. Apesar de novos
desenhadores poder significar novos leitores, leitores que acompanham o trabalho
do desenhador independentemente do personagem, o inverso também é possível, com
um número tão elevado de desenhadores, vão passar-se vários anos até vermos
publicados os trabalhos daqueles que preferirmos. Este facto pode levar muitas
pessoas a afastarem-se da série, assim como, o facto de Tex ter um numero tão
elevado de rostos o fazer perder a sua identidade e muito provavelmente, também
leitores.
E
se eu estiver errado? E se a principal razão não for nenhuma das já
mencionadas? Será que Bonelli está realmente preocupado com o Tex como aparenta
à primeira vista? Sérgio completa este ano 75 anos! É natural que comece a
pensar na sua reforma e como a SBE irá funcionar após o seu afastamento. Será
este o verdadeiro motivo? Preparar a sua saída a curto/médio prazo, garantindo
desde já a viabilidade da empresa com esta reestruturação de pessoal?
O
tempo se encarregará de responder, no entanto, seja qual for a resposta, espero
que estas medidas garantam a continuidade da SBE por muitos e longos anos, para
satisfação de todos os leitores de BD em geral e dos fumetti em particular.
1 Este texto foi escrito em Julho de 2007
2 Tex-Edição Brasileira
3 Tex-Edição Italiana
Fontes:
PS: Texto publicado inicialmente no blogue do Tex em 26 de Julho de 2007