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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

OBRAS PRIMAS BONELLIANAS – TEX, ASSALTO AO TREM

FICHA TÉCNICA
TEX Nº 71 - ASSALTO AO TREM1
Editora: Vecchi
Ano publicação: Janeiro de 1977
Formato: 13,5x17,5 cm – 160 páginas
Argumento: G.L. Bonelli
Arte: Giovanni Ticci
Capa: Aurelio Galleppini




TEMA ABORDADO
Assalto ao trem; O primeiro assalto que há registo a um comboio em movimento nos EUA aconteceu em Indiana, em 1866, levado a cabo pelos irmãos Reno. Com este novo método de assalto, fácil e sem grandes riscos, os irmãos iniciaram uma onda de assaltos nas duas semanas seguintes. O pico deste tipo de roubos nos EUA foi atingido na década de 1890, com os bandos dos assaltantes a dominarem determinados territórios: Os irmãos Reno eram responsáveis pelos assaltos ao sul de Indiana, os Farringtons no Kentucky e Tennessee e o bando de Jesse James pelos estados do centro oeste. A partir de 1920, com a maioria dos famosos assaltantes de comboios, incluindo Butch Cassidy, Sundance Kid e os outros menbros da quadrilha “Wild Bunch” presos ou mortos, este tipo de assaltos entrou em declínio devido à introdução dos “traveller`s checks” e ao aumento da segurança, com recurso a detectives privados.
O assalto ao trem pagador ocorrido em Inglaterra à cinquenta anos foi considerado o roubo do século. Um grupo de desasseste criminosos entre eles, Ronald Biggs e Bruce Reynolds, em 08 de Agosto de 1963, interceptou e roubou o trem que transportava os depósitos bancários da Escócia para Londres. Do dinheiro roubado, ao valor de hoje cerca de 47 milhões de euros, apenas uma pequena parte foi recuperada.
O cinema desde muito cedo começou a transpor este assunto para as telas! “The great train robbery”, é um pequeno filme mudo e a preto e branco, de 1903, cerca de doze minutos, talvez o primeiro a abordar o tema. Passado mais de um século, foram produzidos dezenas de filmes a explorarem este assunto, a grande maioria a terem como cenário os EUA nos finais do século dezanove, inicio do século vinte.

SINOPSE
A quadrilha de Runyon assalta o trem da Southern Pacific que transporta 80000 dólares em ouro no antigo posto de mudas, das diligências da wells Fargo de Pantan. Povoação que foi abandonada com a introdução da linha férrea, passando a funcionar apenas como posto de abastecimento da companhia. Graças ao conhecimento das entradas da caverna chamada “a toca dos bandidos”, os assaltantes iludem os perseguidores entre os quais se encontram Tex e Carson. São capturados vários dias depois em Wilcox, onde pararam para festejar e como consequência de se terem vangloriado de terem enganado os homens do xerife de Tucson. Após o tiroteio que precede a captura do bando, o único sobrevivente ao ser interrogado afirma desconhecer a localização do roubo, mas, inadvertidamente refere a existência de um quinto elemento. Greg Carver é então condenado a vinte e oito anos de prisão em Yuma pela sua participação no assalto e por não ter revelado a localização do ouro roubado. Com a colaboração de Ben Farrel e da Well`s Fargo, Tex elabora um ardiloso plano que envolve diversos agentes, para proporcionar a Greg Carver a ilusão de segurança e liberdade, levando-o a involuntariamente revelar, a localização do ouro roubado e a identidade do cúmplice na sombra.

ARGUMENTO
Giovanni Luigi Bonelli pega num facto ocorrido, o assalto ao trem em Pantan, para nos contar uma belíssima história, muito mais abrangente do que um simples roubo de comboios. Esta é uma história curta para os padrões texianos, das pouco mais de cento e quarenta páginas, uma dezena é dedicada ao assalto, cerca de sessenta e cinco ao assalto e à captura dos assaltantes, as restantes às acções efetuadas para recuperar o ouro roubado. Bonelli escolheu utilizar o trem como alvo do roubo, mas para o desenrolar da história, poderia ter utilizado um banco ou uma diligencia, pois o resultado final seria idêntico. Na verdade, “Assalto ao trem” é sobre a recuperação do produto do roubo, do plano meticuloso, do planeamento e da execução, do envolvimento de diversas entidades que unem esforços para conseguirem de volta o ouro roubado e não sobre um assalto.
Um argumento simples, linear, apenas com dois saltos temporais, sem histórias paralelas e sem
recurso a flash-bacs, em que o leitor é sempre mantido na ignorância até quase ao final, sobre duas questões cruciais: Onde se encontra o produto do roubo e quem é o cúmplice. Quanto ao roteiro, alterna a rápida progressão dos eventos, com pausas, utilizadas pelo autor para fazer pontos de situação quer através de diálogos entre as personagens, quer com a introdução de legendas e cartuxos, por vezes sobrecarregando as pranchas. As personagens introduzidas tem potencial mas são pouco exploradas, provavelmente devido ao reduzido numero de páginas que compõem a história, no entanto, a não existência de personagens secundárias carismáticas não diminui a qualidade do argumento. Quanto ao protagonista, é-nos revelado uma faceta mais humana, menos brigão e interventivo, sendo inclusive relegado para segundo plano em grande parte da história, ficando na sombra, enquanto diversos personagens secundários armam a teia, que permitirá capturar o misterioso cúmplice e, recuperar o ouro roubado.



ARTE
A trama é rica em cenários, dos mais diversos, desde o ambiente ferroviário em Tucson, à cidade fantasma de Pantan, às regiões áridas onde decorrem as perseguições, á caverna onde se refugiam os assaltantes, até ao citadino Wilcox ou ao presidiário. Ticci è um desenhador bastante versátil, dono de um traço limpo e detalhado, sente-se confortável em todos estes ambientes e enquadramentos, proporcionando pranchas de grande beleza, realistas, impregnadas de detalhes e conseguindo transmitir a sensação de movimento. A composição dos personagens é bem conseguida, todos bem caracterizados, incluindo os secundários. Quanto ao protagonista, Ticci continua à procura do “seu Tex”, opta pela primeira vez por um rosto mais arredondado e sorridente e, principalmente, mantêm as feições ao longo de toda a história, contrastando
Rosto de Tex em "Assalto ao trem"
com 
trabalhos anteriores como: “Na noite dos assassinos” e “Kento não perdoa”, onde desenha Tex com um rosto estreito e cumprido e em determinadas vinhetas, quase irreconhecível. O trabalho de Ticci só perde um pouco o brilho nas pranchas sobrecarregadas de texto. seria preferível aumentar o numero de páginas, introduzindo vinhetas nessas pranchas para diluir o texto e fazer sobressair a arte, que é fantástica.



CONSIDERAÇÕES FINAIS
História recomendada para quem não conhece Tex, capaz de agradar a todos os gostos e na minha opinião, umas das mais adequadas da série para a transposição para a nona arte. O tema, o ritmo narrativo, os diversos cenários que possibilitariam excelentes imagens e o suspense criado pela localização do ouro e pela identidade do quinto cúmplice, são ingredientes que 
poderiam contribuir para um excelente filme.
 “Assalto ao trem “ é assim a prova, que uma boa história de banda desenhada não necessita necessariamente de um argumento rebuscado, com uma trama muito elaborada e com episódios paralelos a rivalizarem com o principal. Esta história é um casamento bastante feliz entre um argumento bem construído apesar de linear, com os belíssimos desenhos de Ticci, neste seu sexto trabalho a desenhar Tex, para mim, o melhor até então.


1 História publicada originalmente em Setembro e Outubro de 1975 em Itália, nos números 179 e 180 da colecção Tex. No Brasil houve uma 2ª edição também pela editora Vecchi, em Abril de 1982 e recentemente foi republicada em Tex Colecção, pela Mythos Editora, nos numeros 231 e 232 em Abril e Maio de 2006.

FONTES:

PS: Texto publicado posteriormente no blogue do Tex em 13 de Dezembro de 2013
http://texwillerblog.com/wordpress/?p=49431


sábado, 26 de outubro de 2013

ENTREVISTA CONCEDIDA AO BLOGUE DO TEX

1 - Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Chamo-me Sérgio Madeira de Sousa, sou casado e tenho um filho, nasci em 1967 numa pequena aldeia do concelho de Aljustrel, chamada Jungeiros. Vivi nesta pequena aldeia do baixo Alentejo até aos 19 anos, altura em que fui viver para o Barreiro até cumprir serviço militar obrigatório aos 21 anos. Cumpri “tropa” na Marinha, onde optei por ficar até hoje com 40 anos e onde pretendo terminar a minha vida activa daqui a muitos longos anos, obviamente.

2 - Quando é que teve início esta paixão pela Banda Desenhada, em especial pelo Tex?
A paixão pela BD começou muito cedo, muito antes de aprender a ler. Quando tinha seis ou sete anos, já tinha contacto com as revistas graças a um tio meu, que tinha como passatempo ler banda desenhada. Provavelmente herdei dele o gosto pela 9ª arte. Assim que aprendi a ler, lia todas as revistas que apanhava, de todos os gêneros  não era nada selectivo e o engraçado é que sempre fui muito cuidadoso com as revistas, cuidadoso demais para quem tinha tão tenra idade. Já nesta idade apresentava indícios de coleccionador sem dúvida. O primeiro contacto com Tex foi mais tarde; já adolescente com doze ou treze anos. 
Passo a descreve-lo como o fiz na peça intitulada: "O principio" … Um dia, pego num lote de revistas e empresto a um rapaz três ou quatro anos mais velho do que eu, ele mostra-me as revistas que possuía para escolher e lá estava:  Aquela revista destacava-se; Não enquadrava em nenhum dos formatos que eu conhecia, pouco maior que o formato do Falcão e muito 
menor que o formato do Mundo de Aventuras e com muito mais páginas. Chamou-me imediatamente à atenção, cheio de curiosidade folheei avidamente a revista ignorando 
Vinheta de: Tex, assalto ao trem
completamente as restantes, fiquei fascinado com os desenhos, muito fotográficos mas com uma enorme sensação de movimento, quase cinematográficos, é assim que defino os desenhos do mestre Ticci, para mim, o ainda melhor desenhador de Tex, apesar de já estar em declínio. Li e reli a revista com enorme prazer, apreciando cada prancha e também o argumento de G.L. Bonelli, argumento fantástico, cheio de acção e movimento, ainda hoje umas das histórias que mais aprecio, não sei se pela qualidade, se por ter sido a primeira. É verdade que esta primeira leitura influenciou o meu gosto, naquelas que eu considero as melhores histórias está quase sempre o traço de Ticci, …A história chamava-se: “Assalto ao trem”, o nº 71 da 1ª edição. A partir deste dia cresceu uma enorme vontade de mais e mais, esta sensação é semelhante à fome, uma vez satisfeita apenas acalma temporariamente, pois volta sempre…
Foi assim o meu primeiro contacto com Tex: inesquecível!

3 - Porquê o Tex e não outra personagem?
R: Esta é uma pergunta que tenho muita dificuldade em responder. Gosto muito de Banda desenhada e durante parte da minha vida comprei vários tipos de revistas: Super heróis, disney, western, enfim, vários géneros e inúmeros personagens. Mas quando tive de reduzir devido aos custos, apenas sobrou Tex. Porquê? Talvez a qualidade e o tamanho das histórias. Tex era a única revista em Portugal que apresentava histórias muito complexas, as outras revistas tinham no máximo 64 páginas e por vezes apresentavam mais do que uma história. Na altura Zagor e Mister No não eram distribuídos em Portugal, talvez essa tenha sido outra das razões porque optei por Tex. Desconhecimento de outros personagens Bonelli.

4 - O que Tex representa para si?
Tex faz parte de mim. Como todos nós sabemos, somos o acumulado de experiências vividas ao longo da nossa vida. Tex teve uma grande influência sobre mim, numa fase muito importante na vida de qualquer pessoa: A adolescência! Quando estamos a crescer somos altamente influenciados pelo que nos rodeia e nesta fase da minha vida, passei muitas horas a ler BD, especialmente Tex. Assim, considero que o personagem muito contribuiu para a minha formação como pessoa, os meus valores, a minha forma de estar e de reagir perante as situações. Tex é também uma agradável forma de entretimento e cultura, que me propicia horas de prazer. È um passatempo óptimo para combater o stress do dia a dia, sem contra indicações.

5 - Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Colecciono todas as colecções que saíram no Brasil desde o Nº1. Reportando à numeração actual em Portugal, possuo todas as colecções completas com excepção da 1ª e 2ª edições, das quais me faltam cerca de 110 exemplares. Contabilizo assim cerca de 750 exemplares brasileiros, aos quais adiciono cerca de uma dúzia de exemplares italianos. É difícil apontar a mais importante. Se a ideia é completar todas as colecções, então todas as revistas são importantes, pois a falta de uma delas impede o cumprimento do objectivo. Apesar do que referi não posso deixar de salientar duas revistas:
Tex Nº 71 (1ªEd.), Assalto ao trem. A história que me deu a conhecer este personagem e que desenvolveu a paixão que me assola até hoje, passados cerca de 20 anos.
Tex Nº 100 (1ªEd.), Aventura em Utah. A revista com que iniciei a minha já longa colecção.
A terceira revista mais importante não posso indicá-la de momento, será aquela que me permitirá afirmar que tenho todas as colecções completas.

6 - Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem?
A ideia como já referi é completar todas as colecções que saíram no Brasil desde 1971. Conseguir todas as revistas é quase uma obsessão, uma vez que várias colecções são repetições, apesar disso faço questão de adquiri-las. Gostaria muito de conseguir tudo o que diz respeito ao personagem, principalmente as edições italianas. Como seria extremamente difícil e dispendioso consegui-lo, prefiro concentrar-me num objectivo realista – conseguir todas as edições brasileiras, do que dispersar os meus recursos e tentar adquirir tudo e não conseguir completar nada. Além das revistas Tex, também colecciono tudo o que saiu no Brasil de Zagor e Mister No. Não faço questão de adquirir outros objectos relacionados com o personagem, no entanto, possuo os brindes que acompanham as revistas como o porta-chaves ou a revista poster e gostaria muito de adquirir o poster das 400 capas.

7 - Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Existem inúmeras e excelentes histórias na saga Texiana. Apesar desse facto considero que existe uma história que supera todas as outras. A 3ª história desenhada por Ticci, intitulada “A cruz trágica”, publicada no Brasil pela primeira vez nos números 50, 51 e 52 do Tex mensal. Esta história além de possuir um argumento muito bem conseguido, muito movimentado e repleto de dificuldades para os nossos heróis, apresenta um Ticci, que apesar de estar no inicio, consegue nesta história desenhos assombrosos, desenhando como só ele sabe, as paisagens fantásticas das florestas do Canadá. A existir a transposição do personagem para o cinema, sem dúvida que esta seria uma das histórias que geraria mais consenso entre os fãs. Posso indicar outras igualmente excelentes: A grande intriga (Tex 107 a 110) [1], Missão em Great Falls (Tex 131 a 134) [1], O solitário do Oeste (Tex 163 a 165) [1], A grande ameaça (Tex 182, 183) [1] e O assassino sem rosto (Tex 193 a 195) [1]. Aproveito para colocar uma questão à Mythos: Com todas as histórias que têm sido republicadas, como é que é possível que as 4 últimas histórias só tenham sido publicadas uma vez? Será que estas histórias são de qualidade inferior às que foram publicadas em Tex Ouro, Especial de férias ou no Almanaque?
Prancha de Giovanni Ticci
Como desenhadores preferidos não consigo apontar apenas um. Gosto muito do trabalho do Ticci da 1ª e 2ª fase, penso que ele tinha um traço limpo, bastante detalhado, e conseguia impregnar os seus desenhos de uma sensação de movimento, que não está ao alcance de outros desenhadores consagrados. Civitelli por exemplo: As vinhetas de Civitelli parecem fotografias, falta-lhe no entanto essa sensação de movimento que leva os desenhadores para um patamar superior. Actualmente o traço de Ticci está a perder qualidade, no entanto ainda entra no meu top5, conjuntamente com: Galep, Della Monica, Irmãos Cestaro e Repetto. Quanto ao Repetto: Confesso que fiquei algo desiludido ao saber através da entrevista que concedeu ao Blog, que os cenários que ambientam as suas vinhetas, não são de sua autoria, mas sim de um assistente. Penso que os cenários são parte importante do trabalho de um desenhador e deveria se dar o crédito a esse assistente, uma vez que o seu trabalho é fantástico e muito contribui para a qualidade do trabalho apresentado pelo Repetto. E se o assistente decide trabalhar sozinho? Será que não daria um óptimo desenhador de Tex? È provável que à medida que 
Prancha de Miguel Angel Repetto
vou conhecendo o trabalho dos novos desenhadores tenha de refazer o meu top5, pelo pouco que vi do trabalho dos 15 novos desenhadores, alguns deles têm muito potencial. Recordo-me especialmente de Marco Torricelli, de quem disse que tinha todas as qualidades para se tornar um dos melhores desenhadores de Tex. Além destes existem outros igualmente muito bons que deixei fora, como Nicolò ou Lettèri, os quais muito contribuíram para o sucesso do personagem naquela que eu considero a melhor fase, (1966 a 1983). Os argumentos a cargo de G.L. Bonelli e Guido Nolitta e desenhos de Galep, Fusco, Ticci, Lettèri e Nicolò.
Quanto a argumentistas não tenho dúvidas: Guido Nolitta. Simplesmente insuperável. Compro qualquer personagem que seja escrito por ele. Além do seu trabalho em Tex também conheço em Zagor, Mister No e Estrela Negra. Só é pena que devido aos seus afazeres editoriais não disponha de tempo para escrever, gostaria muito de ler um Texone escrito por ele e desenhado por Ferri. Ao ler o planeamento editorial da SBE para 2008, observei com satisfação que o Sérgio vai escrever algumas das histórias do ano. Não é um Texone, mas não deixa de ser uma excelente noticia.

8 - O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Esta é outra pergunta que tenho dificuldade em responder. O que me agrada no personagem é a sua postura, a total disposição para ajudar amigos e necessitados e a capacidade que possui para enfrentar as mais complexas situações. O que me agrada mais na revista: Os argumentos longos e complexos. É quase como estar a “ler” um filme. O que me agrada menos no personagem é ser pouco introspectivo. Raramente acompanhamos os seus pensamentos, as suas preocupações ou deduções. Quanto ao que me agrada menos na revista: O formato! Estou a referir-me à edição brasileira. Preferia o formato italiano com capa cartonada.

9 - Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
São vários os factores que contribuíram para o sucesso do personagem ao longo de quase seis décadas.
- A qualidade dos argumentos. Tex sempre teve bons argumentistas, G.L. Bonelli, Cláudio Nizzi, Nolitta, Segura e Boselli. Todos eles excelentes contadores de histórias. Nos últimos anos tenho sido bastante crítico em relação a Nizzi, mas se analisarmos o seu trabalho, verificamos que é o escritor principal da série desde Julho de 1983, (Tex it. Nº273 Intriga diabólica). 25 Anos a carregar o “fardo” de substituir o também chamado patriarca dos quadradinhos italianos, GL Bonelli. Todos concordam que é necessário ser um grande escritor para consegui-lo. Apesar de Bonelli continuar a escrever até 1991, a maior parte das histórias nesse período, foram da autoria de Nizzi. Estes dois escritores são responsáveis por cerca de 80% de todas as histórias do personagem e muito contribuíram para manter a “fórmula” do sucesso, desde a criação do personagem até aos dias de hoje.
- A inexistência de limite de páginas por história. Este é um aspecto muito importante! Dar liberdade ao escritor para escrever. A história desenrola-se consoante a inspiração, sem obrigação da apresentar a conclusão na página x. Por questões que desconheço, actualmente as histórias têm de ter 220 ou 330 páginas, excluindo algumas excepções, restringe-se assim a capacidade criativa do escritor e elimina-se um dos factores que em minha opinião fizeram de Tex, aquilo que é hoje. Se as histórias têm de terminar nas últimas páginas das revistas, o que concordo plenamente, então o nº de páginas das revistas é que têm de variar para se adaptar ás histórias e não o contrário.
- O tratamento preferencial dado pela família Bonelli ao longo das décadas, ao personagem. Tex é a principal revista da SBE. Nolitta concede-lhe um tratamento muito especial. As outras publicações da editora estão subordinadas a Tex, argumentistas e desenhadores da casa prestam provas nas outras publicações antes de serem admitidos no staff Texiano. Além de esta forma de admissão, ainda existe outro processo de selecção: O Texone – Artistas de renome são convidados para fazerem uma interpretação do Ranger e se forem aprovados, então sim, são convidados a fazerem parte da equipa permanente. Quantos outros personagens têm estes critérios de selecção?

10 - Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Prancha de Marco Torricelli
A última remodelação do staff Texiano efectuada pelo editor Sérgio Bonelli, que permitiu a entrada de 15 novos desenhadores, alguns dos quais já viram os seus trabalhos publicados e também um novo argumentista – Tito Faraci, visou preparar o futuro de Tex, da editora, mas também, a curto médio prazo a saída de Nolitta.
Já o tinha escrito no texto intitulado: "Ventos de mudança", e estou plenamente convicto, que o principal objectivo da remodelação foi exactamente esse – preparar a editora e a sua principal revista, para a próxima década sem a sua liderança.
Apesar das novas tecnologias, (Internet, vídeo jogos e TV interactiva), constituírem formas de entretimento muito mais atractivas para os jovens, não nos podemos esquecer que, ler e coleccionar BD, ao contrário de há 20 anos atrás, é um passatempo para gerações mais velhas, (para cima dos 30 anos). Assim, a curto/médio prazo, com a remodelação efectuada, penso que estão garantidas as condições para manter o interesse dos actuais leitores e cativar novos leitores, “arrastados”, não pelo personagem, mas sim pelos novos artistas.
A médio/longo prazo, o futuro de Tex é incerto, tal como é incerto o futuro da BD. Com o passar dos anos é necessário que surjam novos leitores que substituam os actuais, é necessário criar hábitos de leitura e o gosto pela banda desenhada como forma de entretimento e cultura. Quer os pais, quer as escolas desempenharão um papel muito importante para se conseguir estes objectivos.
Para sobreviver aos tempos difíceis que se avizinham, as editoras terão de possuir capacidade de inovar e de adaptação às novas realidades, criando produtos mais apelativos e explorando novos mercados. Também neste aspecto me parece que a editora Bonelli continua a preparar o futuro, uma vez que continuam a aumentar o Nº de países onde a revista do Ranger é publicada, o último dos quais a Rússia, mercado com milhões de habitantes e muitas dezenas de milhar de potenciais leitores.

[1] - Edição brasileira


PS: Entrevista concedida ao blogue do Tex em 11 de Fevereiro de 2008

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

AS MINHAS COLECÇÕES DE BD – TARZAN DE RUSS MANNING, AS TIRAS DIÁRIAS E AS PRANCHAS DOMINICAIS DOS JORNAIS

INTRODUÇÃO
Tarzan dos macacos, herói criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs em 1912, cuja obra completa é composta por vinte e quatro volumes publicados entre 1912 e 1965. O sucesso deste personagem foi fulminante, as suas histórias chegaram ao cinema em 1918 com o titulo de “Tarzan of the Apes”. O primeiro filme de Tarzan do cinema sonoro estreou em 1932 protagonizado por Johnny Weissmuller, unanimemente considerado como o ator que melhor interpretou o herói. Além dos livros, dos filmes, das séries de televisão, dos desenhos animados, Tarzan também fez sucesso na banda desenhada. A primeira tira publicada nos jornais aconteceu em 1929 por Hal Foster, artista que ficaria famoso por criar outro icone da BD mundial: O príncipe valente. Ao longo de várias décadas diversos desenhadores substituíram Hal Foster na difícil tarefa de desenhar uma tira diária das histórias de Tarzan durante a semana e uma prancha para o Domingo. Em diversas épocas, o trabalho era dividido por dois desenhadores ficando um responsável pelas tiras e o segundo pela prancha dominical. Desde que o herói foi criado muitissimos desenhadores apresentaram a sua versão de Tarzan, alguns deles extremamente considerados internacionalmente como: Burne Hogarth, Joe Kubert, Roy Thomas, José Ortiz, Gil Kane, Mike Grell ou Russ Manning; em minha opinião o que melhor conseguiu transpor para a nona arte o herói imaginado por Burroughs.

CRONOLOGIA
Russ Manning entrou no universo da 9ª arte em 1953 pela mão de Jesse Marsh. A primeira história de Tarzan desenhada por Manning – Tarzan and the horns of Kudu, foi publicada em 1954. Marsh morre em 1965 deixando a responsabilidade da produção das comic books da coleção Tarzan a cargo de Russ que abandona em 1967 quando assume a responsabilidade das tiras diárias, sucedendo a John Celardo. Em Janeiro de 1968 começa a desenhar também as pranchas dominicais, acumulando os dois trabalhos até 29 de Julho de 1972. Desde esta data até 04 de Fevereiro de 1979 mantêm-se à frente das pranchas dominicais, desenhando quase seis centenas.

-  TARZAN, AS TIRAS DIÁRIAS PUBLICADAS NOS JORNAIS DE 11 DE DEZEMBRO DE 1967 A 29 DE JULHO DE 1972 - OBRA COMPLETA DE RUSS MANNING

Tarzan, Jad-Ben-Otho  - 11 de Dezembro 1967 a 05 de Outubro 1967  (Tiras 8857 – 9114) 
    Ch. 1: Tarzan Saves Jane from Tergash (Tiras 8857-8874) 
    Ch. 2: Tarzan and Cadj, High Priest of Opar (Tiras 8875-8928) 
    Ch. 3: Tarzan and the Blonde Waz-Don (Tiras 8929-9030) 
    Ch. 4: Korak, Dor-Ul-Otho (Tiras 9031-9114) 

primeiras vinhetas de Russ Manning para as tiras diárias
Tarzan and the Renegade - 07 de Outubro de 1968 a 18 de Outubro de 1969 (Tiras 9115-9438) 
   Ch. 1: Tarzan and the Pallids of Pal-Ul-Don  (Tiras 9115-9198) 
   Ch. 2: Tarzan and the Tyrannosaurs (Tiras  9199-9282) 
   Ch. 3: Tarzan and the Winged Men of Pal-Ul-Don  (Tiras 9283-9390) 
   Ch. 4: Tarzan and the Tor-O-Dons  (Tiras  9391-9438) 

Korak's Story (Gryf Worshippers) – 29 de Outubro de 1968 a 03 de Janeiro de 1969 (Tiras 9439-9504) 
Tarzan and the Renegade – 05 de Janeiro de 1969 a 23 de Maio de 1969 (Tiras 9505-9624) 
    Ch. 5: Tarzan and the Magic of Pal-Ul-Don (Tiras 9505-9624) 
Tarzan and the Stone Pharaoh – 25 de Maio de 1970 a 02 de Janeiro de 1971 (Tiras 9625-9816) 
Korak and Pasha Rochi – 04 de Janeiro de 1971 a 11 de Março de 1971 (Tiras 9817-9874) 
Tarzan and the Cult of the Mahar – 12 de Março de 1971 a 31 de Julho de 1971 (Tiras 9875-9996) 
Korak and the White Water Runner – 02 de Agosto de 1971 a 20 de Novembro de 1971 (Tiras 9997-10092) 
Tarzan Returns to the Earth's Core – 22 de Novembro de 1971 a 29 de Julho de 1972 (Tiras 10093-10308)

- TARZAN, AS PRANCHAS DOMINICAIS PUBLICADAS NOS JORNAIS DE 11 DE DEZEMBRO DE 1967 A 29 DE JULHO DE 1972 - OBRA COMPLETA DE RUSS MANNING

Tarzan Returns to the Land of the Ant Men – 14 de Janeiro de 1968 a 16 de Junho de 1968 (Pranchas 1923-1945) 
Tarzan and the Return of Dagga Ramba – 23 de Junho de 1968 a 01 de Dezembro de 1968 (Pranchas 1946-1969) 

Tarzan and Tembo-Haven - 08 de Dezembro de 1968 a 11 de Maio de 1969 (Pranchas 1970-1992) 
Tarzan and the Safari to Opar – 18 de Maio de 1969 a 30 de Novembro de 1969 (Pranchas 1993-2021) 
How Tarzan Met Jane – 07 de Dezembro de 1967 a 15 de Fevereiro de 1969 (Pranchas  2022-2032) 
Tarzan and the Time Makers of Tembo-Haven – 22 de Fevereiro de 1970 a 07 de Junho de 1970 (Pranchas 2033-2048) 
Tarzan and the Slavers – 14 de Junho de 1970 a 08 de Novembro de 1970 (Pranchas 2049-2070) 
How Paul D'Arnot Met Tarzan – 15 de Novembro de 1970 a 17 de Janeiro de 1971 (Pranchas 2071-2080)


Tarzan Returns to Pal-ul-don – 24 de Janeiro de 1971 a 02 de Abril de 1972 (Pranchas 2081-2143) 
Korak and the City of Xuja – 09 de Abril de 1972 a 17 de Setembro de 1972 (Pranchas 2144-2167) 
Tarzan's Pal-ul-don Adventure Continues – 24 de Setembro de 1972 a 21 de Outubro de 1973 (Pranchas 2168-2224) 
Korak and the Igotha  -  28 de Outubro de 1973 a 17 de Março de 1974 (Pranchas 2225-2245) 

Tarzan Returns to Castra Sanguinarius – 24 de Março de 1974 a 03 de Novembro de 1974 (Pranchas 2246-2278) 
Tarzan and the Valley of the Mist – 10 de Novembro de 1974 a 09 de Fevereiro de 1975 (Pranchas 2279-2292) 

Korak and the Amazons of the Mammoth – 16 de Fevereiro de 1975 a 10 de Agosto de 1975 (Pranchas 2293-2318) 
Tarzan and the Valley of Giant Insects – 17 de Agosto de 1975 a 22 de Agosto de 1976 (Pranchas 2319-2372) 
Tarzan and the Farmers – 29 de Agosto de 1976 a 26 de Dezembro de 1976 (Pranchas 2373-2390) 
Tarzan and the Jungle Revolution – 02 de Janeiro de 1977 a 28 de Agosto de 1977 (Pranchas 2391-2425) 
Korak and the Sacred Lake of Krackao – 0 de Setembro de 1977 a 29 de Janeiro de 1978  (Pranchas 2426-2447) 
Tarzan Returns to Pellucidar – 05 de Fevereiro de 1978 a 28 de Janeiro de 1979 (Pranchas 2448-2498) 
última prancha dominical desenhada por Manning
Tarzan and the Games of Ibizzia (Royer ink) – 04 de Fevereiro de 1979 a 24 de Junho de 1979 (Pranchas 2499-2519)


COLECÇÕES QUE REPUBLICARAM A OBRA DE MANNING


  • Tarzan Super – Editora Agencia Portuguesa de Revistas (Portugal).
De formato horizontal, brochado, com 280mm x 220mm e 48 páginas. Edições a preto e branco, circularam nas bancas portuguesas no ano de 1977. Esta colecção composta por apenas oito números, publicou as tiras diárias dos jornais produzidas por Manning entre 11 de Dezembro de 1967 e 29 de Julho de 1971 (numeração 8857-10008). Em 2006 foi publicado como fanzine o Nº9 e em 2010 o Nº10. Existem poucas informações sobre estes dois álbuns, no entanto, pelo numero de tiras que cada álbum possui e pelo numero que ficaram por publicar quando a editora interrompeu a colecção, presumo que tenham sido publicadas todas as tiras diárias nestes dez números.

  • Tarzan – Editora Ebal (Brasil).
De formato horizontal, brochado, com 310mm x 220mm e 52 páginas, excepto o Nº5 que teve trinta e duas. Edições a preto e branco encontradas à venda no Brasil entre 1976 e Julho de 1977. Esta colecção  publicou as pranchas dominicais de Manning de 14 de Janeiro de 1968 até 02 de Abril de 1972.



  • Tarzan, o berço dos deuses – Editora Agencia Portuguesa de Revistas (Portugal).
Apesar de estar numerado com o Nº1, não foi publicado mais nenhuma edição. No mesmo formato da colecção da Ebal,  é uma cópia integral do mesmo numero dessa colecção. Inclui as pranchas dominicais de Manning de 14 de Janeiro de 1967 até 01 de Dezembro de 1968.
  • Tarzan – Editora Bonecos Rebeldes (Portugal).
Mais uma tentativa de publicar a obra de Manning mas também desta vez a colecção ficou incompleta. Foram publicados apenas dois números em formato horizontal de 340mm x 240mm, com lombada quadrada a preto e branco. Estas duas edições publicaram as pranchas dominicais de 14 de Janeiro de 1967 a 17 de Setembro de 1972 (numeradas de 1924 a 2167). O primeiro numero é datado de Setembro de 2007 com 136 páginas e o segundo de Fevereiro de 2008 com 128 páginas.

  •  Tarzan – Editora Lirio Comics (Brasil).

Esta editora independente continuou a publicação das pranchas dominicais no ponto onde a Ebal tinha parado em 1977. A coleção das pranchas dominicais iniciou-se então no numero seis e concluiu-se no numero desasseste. Colecção de doze números de formato 320 x 215mm de lombada agrafada. A colecção de tiras diárias é composta por dessásseis números no mesmo formato mas com lombada quadrada com cinquenta páginas e apenas duas tiras por álbum.





  • Tarzan, The complete Russ Manning news paper strips – IDW (USA).


A editora propõe-se a publicar a totalidade do trabalho de Russ Manning para os jornais em quatro luxuosos álbuns. O primeiro saiu em  Fevereiro de 2013, de capa dura com sobre capa, de formato 285mm x 225mm e 288 páginas inclui as tiras diárias e as pranchas dominicais de 1967 a 1970. As tiras diárias a preto e branco e as prenchas dominicais a cores. O Nº 2 já têm previsão de lançamento: 27 de Novembro de 2013.


MELHORES HISTÓRIAS

Numa colecção totalmente escrita e desenhada pelo mesmo autor o que faz a diferença são os argumentos, pois os desenhos são fantásticos em todas as histórias. 
  • Tarzan e o renegado – De 07 de Outubro de 1968 a 18 de Outubro de 1969 (Tiras diárias Nº 9115 a Nº 9438).
  • A história de Korak, os adoradores dos Gryf`s – De 29 de Outubro de 1969 até 03 de Janeiro de 1970 (Tiras diárias Nº9439 a Nº 9504).
  • A magia de Paul-U-Don – De 05 de Janeiro de 1970 até 23 de Maio de 1970 (Tiras diárias Nº 9505  a Nº 9624).
  • Tarzan e o faraó de pedra – De 25 de Maio de 1970 até 02 de Janeiro de 1971 (Tiras diárias Nº 9625 a Nº 9816).


VALOR DAS COLECÇÕES 


A colecção “Tarzan Super” da Agencia Portuguesa Revistas, apesar de alguns exempares já terem mais de 30 anos são relativamente fáceis de encontrar em ótimas condições. Os dois primeiros números possuem um valor de 12 a 15 euros,  os restantes entre os 6 e os 12 euros. A colecção completa em óptimas condições pode ser encontrada entre os 80 e os 100 euros. “Tarzan, o berço dos deuses” da APR pode ser encontrado a valores próximos os 10€. Na colecção da Ebal, os números 4 e 5 são os mais difíceis de encontrar, entre 30 e 50 Reais. Os primeiros três números  a valores bastante mais abaixo, entre os 10 e os 30 Reais. A colecção completa pode ser adquirida a valores entre os 90 e os 190 Reais, ao cambio actual entre os 30 e 65€ acrescidos de portes para Portugal. Os dois números da editora Bonecos Rebeldes podem ser adquiridos directamente na editora a 33€ cada. As colecções da editora Lirio Comics podem ser adquiridas directamente com o editor, as tiras diárias a 35 Reais cada (600 Reais a colecção completa) e as pranchas dominicais a 30 Reais a unidade (360 Reais os 12 números . Os álbuns da IDW, para já apenas disponivel o Nº 1 mas brevemente o Nº2, podem ser adquiridos nas livrarias nacionais por encomenda, por cerca de 50 euros cada.


ASPECTOS A CONSIDERAR E OUTRAS CURIOSIDADES

  • Em Portugal, alem da colecção Tarzan Super da Agencia Portuguesa de Revistas também a colecção “O Grilo” da Portugal Press havia publicado as tiras diárias de Manning.  Revista composta por apenas oito páginas, cada uma dedicada a um personagem. Entre o Nº 23 (10 de Fevereiro de 1976) e o Nº 64 (19 de Outubro de 1976) foram publicados duas histórias, no total, cerca de cento e cinquenta tiras deste magnifico desenhador. Quanto às páginas dominicais, o “Jornal do Cuto” oito histórias ao longo da colecção que se iniciou em 07 de Julho de 1971 e se concluiu no Nº 174 em 01 de Fevereiro de 1978. No ano seguinte em 01 de Março de 1979, no Nº 285 de “O mundo de aventuras”, inicia-se uma nova história de Manning retirado das pranchas dominicais. Esta revista, na página central do destacável vai publicar o trabalho do desenhador até 01 de Novembro de 1986 com o Nº 585.
  • Para os apreciadores do trabalho de Manning, tendo em conta as colecções disponíveis e ao facto de nenhuma publicar a totalidade da obra, (apenas a colecção da IDW poderá consegui-lo no futuro), torna-se extremamente complicado e oneroso completa-la. 
  • Os álbuns da Bonecos Rebeldes, por se encontrarem novos, pelo maior formato, pela qualidade de impressão e pela lombada quadrada só perdem para o livro editado pela IDW. Têm no entanto a desvantagem de ser necessário  completar as histórias com livros de outra editora.
  • As colecções da Lirio Comics ainda disponíveis em estado novo, de qualidade ligeiramente inferior se comparados com os albuns da Bonecos Rebeldes, são livros de menor formato e menor numero de páginas, poderão no entanto ser uma óptima escolha, mas para isso é necessário combinar com outra colecção para completar as pranchas dominicais. Ou a da Bonecos Rebeldes ficando com algumas pranchas em sobreposição ou com a colecção da Ebal.
  • Para quem encontrar o Nº9 e Nº10 de “Tarzan Super”, a colecção da APR poderá ser uma boa opção para conseguir as histórias publicadas nas tiras diárias.
  • Para os que o inglês não é problema e esperando que a IDW publique os quatro albuns, sem dúvida que esta colecção será a melhor opção, por diversos motivos: A qualidade superior dos livros, o facto de englobar as tiras diárias e as pranchas dominicais numa única colecção e o preço, que no total ficará abaixo de 200€, o preço mais baixo.
BIOGRAFIA (RETIRADO DE WIKIPÉDIA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Russ_Manning)
Russell Manning (1929–1981) foi um desenhista estadunidense de quadrinhos, criador da série "Magnus contra os Robos"(Magnus, Robot Fighter) e desenhador das tiras do Tarzan e de Star Wars. Ele entrou para o Comic Book Hall of Fame em 2006.
Manning estudou no Instituto de Arte do Condado de Los Angeles. Mais tarde, durante seu serviço militar no Japão, desenhou cartuns para o jornal da sua base militar.
Em 1953, ele foi trabalhar para a Western Publishing e ilustrou histórias para uma grande variedade de quadrinhos de faroeste publicados pela Dell Comics e depois para a Gold Key Comics. Seu primeiro grande trabalho foi com Irmãos de Lança, uma história complementar criada por Gaylord Du Bois na revista em quadrinhos do Tarzan. Ele também desenhou aventuras do Tarzan. Magnus Robot Fighter apareceu em 1963 e Manning desenhou as primeiras 21 revistas, até 1968.
De 1965 a 1972, Manning desenhou as séries da Gold Key com Tarzan. Nessa época, ele adaptou para os quadrinhos dez das primeiras onze novelas escritas por Edgar Rice Burroughs, com roteiros de Gaylord Du Bois. As primeiras oito aventuras foram republicadas pela Dark Horse Comics como Edgar Rice Burroughs' Tarzan of the Apes (Tarzan of the Apes, Return, Beasts e Son of Tarzan), Edgar Rice Burroughs' Tarzan — The Jewels of Opar (Tarzan and the Jewels of Opar and Jungle Tales of Tarzan), e Edgar Rice Burroughs' Tarzan The Untamed (Tarzan the Untamed e Tarzan the Terrible). Ele também desenhou as aventuras de Korak (as primeiras onze edições da Gold Key, também escritas por Du Bois).
De 1967 a 1972 ele desenhou as tiras diárias de Tarzan e as páginas dominicais até 1979. Ele também criou quatro graphic novels originais do Tarzan para publicações europeias. Duas delas foram republicadas pela Dark Horse Comics (Tarzan in The Land That Time Forgot e The Pool of Time). Durante esse período ele usou assistentes: William Stout,Rick Hoberg, Mike Royer e Dave Stevens.
Magnus, a sua série mais conhecida da Gold Key, era ambientada no ano de 4.000. Manning o descreveu como um futuro limpo, com população dependente de robôs, homens e mulheres bonitos. Quando muitos ilustradores de ficção científica desenhavam naves interestelares no formato de foguetes V-2 da Segunda Guerra Mundial, Manning preferia aparências mais exóticas. Seu trabalho em Magnus foi republicado pela Dark Horse Comics com um colorido diferente do original.
Seu último grande trabalho foi escrever e desenhar as tiras de Star Wars, de 1979-1980. Esse trabalho foi reunido pela Dark Horse Comics no volume Classic Star Wars: The Early Adventures), que omitiu que Manning apenas desenhou alguns dos episódios escritos por Steve Gerber e Archie Goodwin.

FONTES:
http://www.erbzine.com/mag8/0831.html
http://www.bdportugal.info/Comics/Col/PPress/JornalCuto/index.html
http://www.bdportugal.info/Comics/Col/MA/MA2/index.html