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domingo, 14 de março de 2021

HISTÓRIAS QUE DEVE LER ANTES DE AFIRMAR QUE NÃO GOSTA DE TEX – 2ª PARTE

Se gosta de BD, mas considera o género western ultrapassado, se não conhece Tex, ou leu apenas algumas histórias avulsas, e não tem opinião formada, ou ainda se é fã, mas gostaria de ler algumas das aventuras que marcaram uma época, então este texto é para si.

HISTÓRIAS QUE DEVE LER ANTES DE AFIRMAR QUE NÃO GOSTA DE TEX – 2ª PARTE[1] 

TEX .ED. HISTÓRICA 77 (Brasil)
Mescaleros! - TEX 151 - 154 (MAI – AGO 1973), Argumento de G.L. Bonelli e arte de G. Letteri. No Brasil: Mescaleros (TEX 62-64; TEX 2ED 62-64; TXC 203-206; TEH 77).

Sinopse: Nos arredores de Nogales, próximo da fronteira entre os Estados Unidos e o México, um bando de Mescaleros ataca e rouba trens, diligências e ranchos, desaparecendo de seguida sem deixar pistas, na região montanhosa dos Coronados, deixando para trás um rasto de morte e destruição.

Os Rangers Tex, Carson, Kit e Tigre, chamados pelo exército para investigar o caso, perseguem o bando após assalto a uma diligência em que o único sobrevivente ouve o nome do líder: Lucero! No entanto, apesar de todos os seus esforços, a perseguição aos Mescaleros revela-se frustrante e apenas comprova que são extremamente organizados, bem informados, e não se comportam como índios: procuram não deixar sobreviventes, não escalpam os inimigos, apenas se interessam por valores, e procuram por todos os meios esconder os seus rastos

Lucero, que foi criado e educado na missão de San Xavier de onde fugiu após matar o padre que o educou, é também Dom Fábio Esqueda, rico proprietário e criador de gado, pelo que informado pelo seu espião, que o seu nome tinha sido identificado como líder dos Mescaleros, decide eliminar tudo e todos os que o possam identificar.

Comentário: Mais do que um western considero esta narrativa como um policial, em que os agentes da lei perseguem e procuram capturar um bando de assaltantes que espalham o terror e a morte, conseguindo escapar sem deixar rastos graças a um esquema muito bem elaborado pelo seu líder. Tex enfrenta nesta aventura um dos inimigos mais inteligentes, que antecipa os seus movimentos, que lhe coloca inúmeras dificuldades, e que apesar de todos os seus esforços não o consegue enfrentar cara a cara.

Aventura que foge, claramente, à típica aventura bonelliana, em que tudo é preto e branco! Lucero tem personalidade, carisma, e divide o protagonismo com o próprio Tex ofuscando-o em grande parte da narrativa. Quanto ao desfecho, é dramático e inesquecível, e sem dúvida um dos mais bem elaborados pela mente de G.L. Bonelli.  

A destacar ainda a pequena participação de Cochise, o chefe dos Apaches Chiricahuas, irmão de sangue de Tex, e um dos personagens secundários mais importantes na série, com participação em cerca de dezena e meia de aventuras.

TEX 1ª ED. 177 (ITÁLIA)
7ª Il messaggio dei Dakotas – TEX 166 - 168 (AGO – OUT 1974), Argumento de G.L. Bonelli e arte de G. Ticci. No Brasil: A noite dos assassinos (TEX 58; TEX 2ED 58; TXC 218-220; TEH 84; TEF 01).

Sinopse: No estado de Montana, num vale situado próximo das montanhas rochosas, Tex e os seus parceiros descobrem uma tribo de centenas de índios Dakotas, famintos e esqueléticos, que aguardam, desesperadamente, há meses, a chegada das provisões.

Enquanto Kit Willer e Jack Tigre ficam na aldeia a caçar para alimentar a tribo, Tex e Carson dirigem-se ao forte para acelerar a entrega das provisões, onde, rapidamente, descobrem que o atraso na entrega dos suprimentos foi intencional e faz parte de um plano criminoso elaborado pelo agente indígena, cujo sucesso depende do extermínio de toda a tribo.

Comentário: Aventura claramente bonelliana, do princípio ao fim, que apresenta um herói duro, implacável, que não hesita a ultrapassar os limites legais para castigar os culpados, que enfrenta um vilão que se esconde sobre a capa de cidadão honesto, mas que é capaz das piores atrocidades.

Western puro, com um ritmo narrativo muito dinâmico, com muitas cenas de ação e um desfecho ao nível de toda a narrativa, com o vilão a ter um fim horrível.

História classificada pela maioria dos fãs como obra-prima, e como uma das melhores histórias de sempre, pelo que a considero de leitura obrigatória.

PRANCHA DE TICCI
Assalto al treno - TEX 179 - 180 (SET – OUT 1975), Argumento de G.L. Bonelli e arte de G. Ticci. No Brasil: Assalto ao trem (TEX 71; TEX 2ED 71; TXC 231-232; TEH 90; TEF 01; SAT 02).

Sinopse: Em Willcox, Tex e Carson capturam os quatro elementos da quadrilha Runyon que roubou 80000 dólares em ouro do trem, da Southern Pacific, no posto de abastecimento localizado na cidade abandonada de Pantan.

O produto do roubo não é encontrado e o único sobrevivente, Greg Carver, no interrogatório a que é submetido, após a captura, apesar da recusa em colaborar pelo que é condenado a 28 anos de prisão em Yuma, faz, inadvertidamente, referência a um quinto elemento.

Considerando real a existência de um informante, Tex, com a colaboração de Ben Farrel, e da Well`s Fargo, elaboram um ardiloso plano para proporcionar ao condenado a ilusão de liberdade e segurança, e leva-lo a, involuntariamente, revelar a localização do ouro roubado e a identidade do cúmplice na sombra.

Comentário[2]: “História recomendada para quem não conhece Tex, capaz de agradar a todos os gostos e na minha opinião, umas das mais adequadas da série para a transposição para a nona arte. O tema, o ritmo narrativo, os diversos cenários que possibilitariam excelentes imagens e o suspense criado pela localização do ouro e pela identidade do quinto cúmplice, são ingredientes que poderiam contribuir para um excelente filme.”.

ED. MONDADORI (ITÁLIA)
Caccia all uomo - TEX 183 - 185 (JAN - MAR 1976), Argumento de G. Nolitta e arte de F. Fusco. No Brasil: Caçada humana (TEX 68-69; TEX 2ED 68-69; TXC 235-237; TEH 92).

Sinopse: No trilho dos esqueletos, em pleno deserto de Las Piedras, na direção da fronteira com o México, Tex captura o jovem Andy Wilson que feriu gravemente o xerife Tom Kenyon quando este tentou executar um mandato de captura por homicídio, no rancho duplo B, nas proximidades de Springville.

Na viagem de regresso a Springville, Andy salva a vida de Tex em mais do que uma ocasião quando poderia tê-lo matado, e livrar-se do julgamento que o espera, e da sentença, que em último caso poderia ser a forca. Atitude que leva o ranger a considerar a inocência do jovem e a prometer-lhe um julgamento justo.

Infelizmente, o encontro com o xerife Lonnegam e o juiz Maddox, de Água Fria, vai revelar-se trágico para o pobre fugitivo e impedir o Ranger de cumprir o prometido.

Comentário: Nolitta apresenta-nos um herói diferente do herói idealizado pelo seu pai: um Tex igualmente duro e implacável com os inimigos, mas falível, que se deixa surpreender, e que demonstra sentimentos, como raiva, frustração e indignação. O desenrolar da história é imprevisível e repleto de volte-faces, com o leitor a não conseguir antever o que se segue, e quando se perspetiva um regresso a Springville, onde o jovem seria julgado justamente, eis que Nolitta altera completamente o rumo expetável dos acontecimentos e cria um desfecho trágico para o jovem deixando por esclarecer a sua inocência.

Aventura que é uma verdadeira obra-prima, que passados 45 anos após a sua publicação continua a ser considerada pela grande maioria dos admiradores do personagem como uma das melhores histórias de sempre, razão que só por si justifica a inclusão nesta listagem.

PRANCHA DE GALEP
10ª El Muerto - TEX 190 – 191 (AGO SET 1976), Argumento de G. Nolitta e arte de A. Galleppini. No Brasil: El Muerto (TEX 112; TEX 2ED 112; TXC 242-243; TEH 96; ATX 07).

Sinopse: Um misterioso pistoleiro, com o rosto deformado por queimaduras e que se apresenta como El Muerto, lidera um bando de criminosos nas brutais agressões, primeiro a Jack Tigre, e mais tarde a Kit Willer, com o único objetivo de obrigar Tex a um duelo no cemitério de Pueblo Feliz.

Desconhecendo as razões e recusando-se a duelar, Tex tenta surpreender o bando em Sunsetville, no entanto, a tentativa revela-se infrutífera e Tex fica completamente à mercê do grupo de criminosos, que, estranhamente, devido à ordem do seu líder, o deixam em liberdade relembrando-o do encontro marcado.

É em Pueblo Feliz, como determinado por El Muerto, que Tex, finalmente, fica a conhecer a identidade do misterioso pistoleiro, as razões do seu ódio por ele, e o porquê do duelo se realizar, especificamente, no cemitério daquele povoado.

Comentário: Segunda história de Tex escrita por Nolitta, segunda obra-prima! El Muerto é, simultaneamente, inspirada e homenagem aos filmes de Sérgio Leone,” A trilogia dos dólares”, como os apreciadores do western spaghetti, certamente, não deixarão de constatar após leitura da história.

Tex enfrenta um dos inimigos mais perigosos, que humilha o seu amigo e o seu filho, que o força a duelar onde pretende, e que o leva a duvidar da capacidade de o vencer no duelo. Quem é El Muerto? Por que razão pretende obriga-lo a um duelo no cemitério de Pueblo Feliz? Toda esta narrativa de ódio e vingança gira em torno destas duas questões, com Nolitta a criar uma trama muito bem elaborada, sem pontas soltas, sempre em crescente de tensão e suspense, com o leitor a ter a mesma perceção dos acontecimentos do herói. Imperdível!

PRANCHA DE NICOLÓ
11ª Trapper! – TEX 193 – 196 (NOV 1976 – FEV 1977), Argumento de G.L. Bonelli e arte de E. Nicoló. No Brasil: Trapper! (TEX 120-124; TEX 2ED 120-124; TXC 245-248; TEH 98).

Sinopse: Em Saint Louis, Tex e os seus parceiros ao salvarem de um atentado Tom Hogan, dono da companhia de peles Missouri, envolvem-se numa verdadeira guerra pelo negócio das peles com a Rocky Mountains Company, de Jackson, que utiliza todos os meios ao seu alcance para absorver a Missouri e, desta forma, competir com as grandes companhias de peles, como a Hudson Bay.

Ao auxiliarem uma caravana da Missouri, que estava a ser atacada pelos índios Snake, aliados da Rocky, Tex e Tigre são capturados, e só não morrem torturados num poste devido à intervenção de Wanaima, uma índia que Tex deixou em liberdade após assassinar o marido.

Esta providencial intervenção vai proporcionar a Tex e Tigre uma ténue tentativa de sobrevivência! Em vez de morrerem torturados num poste, vão ser caçados por todos os guerreiros que queiram participar, num ritual índio, em que a vida ou a morte dos condenados apenas depende da ligeireza das suas pernas: A corrida da flecha!

Comentário[3]: Narrativa bem construída, estruturada, intensa, constituída por pequenos episódios interligados que tem como pano de fundo o comercio das peles. Considero-a um western puro, com muitas cenas de ação e de humor, estas protagonizadas por Pat Mac Ryan, conhecido por Pat, o Irlandês.

Pat é um dos grandes personagens secundários da série, surgiu pela primeira vez na aventura “La valle trágica”, publicada em 1963, no Nº 33 da série mensal, e desde então conta-se cerca de dezena e meia de participações. Seja como caçador, lenhador ou lutador, o ingénuo gigante irlandês está sempre envolvido em confusões contribuindo desta forma para que as aventuras em que participa tenham muita ação e humor.

PRANCHA DE FUSCO
12ª I ribelli del Canada – TEX 203 – 207 (SET 1977 – JAN 1978), Argumento de G. Nolitta e arte de F. Fusco. No Brasil: Missão em Great Falls (TEX 131-134; TEX 2ED 131-134; TXC 255-259; TEH 102).

Sinopse: Em Great Falls, no norte de Montana, Tex e Jim Brandon, capitão da Polícia Montada Canadense, não conseguem impedir que Pierre Goudret, vulgo Big Bear, liberte da prisão o seu primo Roger, (perigoso revolucionário procurado pelos EUA e Canadá por fomentar a revolta entre diversas tribos indígenas), ficando ambos feridos.

Enquanto Roger é um idealista, Big Bear é um assassino que vê na revolta das tribos uma possibilidade de enriquecer, pelo que a “sociedade” dos dois representa um barril de pólvora para toda a região. Cientes do perigo iminente que os dois representam, e recuperados dos ferimentos sofridos, Tex e Jim disfarçam-se de caçadores e iniciam a perseguição entrando nos territórios de língua francesa do Canadá, controlados pelos rebeldes, na tentativa de os capturar e evitar, desta forma, a rebelião generalizada que poderá causar milhares de mortos.

Comentário[4]: Esta é mais uma história que eu não me canso de ler e reler! Aventura fantástica, enriquecida com referências históricas aos conflitos entre britânicos e franceses nos territórios de língua francesa do Canadá, emocionante, cheia de tensão, intercalada com momentos de humor tão ao gosto de Nolitta, e um desfecho dramático e inesperado. Os personagens secundários dividem o protagonismo com os heróis, são bem caracterizados, Big Bear um assassino implacável e frio, Roger Goudret idealista e sonhador e, o mais controverso e interessante, o traidor e assassino Donovan.

A destacar os desenhos fantásticos de Fusco, que ilustram magnificamente a região do Canadá, palco desta aventura, e mais uma participação do capitão Jim Brandon, que divide o protagonismo com Tex.

COLLEZIONE STORICA
A COLORI 101 (ITÁLIA) 
13ª  i guerrieri venuti dal nord – TEX 242 - 245 (Dez 1980 – Mar 1981), Argumento de G. Nolitta e arte de A. Galleppini. No Brasil: O sinal de Cruzado (TEX 157-159; TXC 294-297).

Sinopse: Um grupo de jovens guerreiros Navajos abandona a aldeia de Águia da Noite e segue Cruzado, e o seu bando de Paiutes, que, na busca de glória, roubam e assassinam os colonos da região.

Tex Willer, conhecido entre os índios como Águia da Noite, após tomar conhecimento do rastro de destruição e morte provocado pela passagem do bando, juntamente com Jack Tigre, segue o grupo com o objetivo de deter Cruzado e trazer os jovens guerreiros Navajos para casa.

Objetivo que se revela extremamente difícil de alcançar, com Tex e Tigre a terem de enfrentar a fúria dos habitantes da região, que sofreram perdas irreparáveis com a passagem do bando, o exército, que organizou uma expedição punitiva, Cruzado e o seu bando de Paíutes, que não aceitam que os Navajos abandonem o bando, e o clima inóspito e o caminho de regresso, que no seu conjunto, se revelarão dramáticos e mortais para os sobreviventes.

Comentário: Provavelmente a história de Tex escrita por Nolitta que mais polémica gerou quando foi publicada pela primeira vez. Aventura dramática, que foge claramente ao western tradicional, que tem como protagonistas, Tex no papel de chefe dos Navajos, Águia da Noite, e o fiel Tigre.

Nolitta apresenta-nos um herói muito humano e que comete demasiados erros, caracterização do personagem que os fãs de G.L. Bonelli nunca aceitaram por considerarem que este Tex não é o verdadeiro.

Pelo tipo de história, por apresentar uma faceta de herói pouco vista até então, e por ser uma das minhas histórias preferidas, “O sinal de Cruzado” teria de ter, forçosamente, lugar nesta proposta de leitura.

14ª  Il solitario del West - TEX 250 - 252 (AGO – OUT 1981), Argumento de G. Nolitta e arte de G. Ticci. No Brasil: O solitário do Oeste (TEX 163-165; TXC 303-305).

Sinopse: Tex e Kit Willer integram uma expedição técnico-científica, ao istmo do Panamá, com o objetivo de verificar a possibilidade de construir um canal que ligue o oceano Atlântico ao Indico.

Em Cartagena, e antes da partida de expedição, o “Guard”, o navio da expedição, fica, inexplicavelmente, retido por 15 dias a aguardar decisão das autoridades locais, e em Porto Belo, local onde a expedição abandona o navio e entra na selva, encontram muitas dificuldades em arranjar carregadores entre os habitantes, uma explosão destrói viveres que estavam classificados como equipamentos científicos, e o fotógrafo e os dois marines da escolta são atacados pelos índios.

Com a entrada da expedição na selva, os acidentes e os ataques dos índios sucedem-se, dizimando os integrantes da expedição, e retardando o seu avanço, levando os sobreviventes a acreditar que os eventos, que têm sido alvo, não se tratam de uma mera casualidade.

Comentário: Aventura inspirada em factos históricos, a expedição científica ao istmo do Panamá, que o autor aproveitou para “extrair” os heróis do seu habitat natural e inseri-los na selva panamiana. Narrativa que combina, de uma forma quase perfeita, a típica aventura nolittiana, repleta de ação e aventura, mas também drama, ironia e suspense, com o herói bonelliano, duro e implacável. Talvez devido a esta conjugação, “O solitário do Oeste” ou “Selva cruel” como também é conhecida, é, provavelmente, a história escrita por Nolitta mais apreciada pelos seus críticos. Curiosamente, narrativa que a única semelhança que possui com o género western é os protagonistas vestirem-se como cowboys!

A salientar a primeira aparição do fotografo Timothy O`Sullivan, personagem que Nolitta criou inspirando-se no imigrante irlandês, Timothy Henry O`Sullivan, que participou na verdadeira expedição ao Panamá, e que nos EUA se tornou um famoso fotojornalista com trabalhos memoráveis sobre a guerra de secessão.  Depois desta aventura, O`Sullivan tem mais algumas participações na série, destacando-se a participação na aventura Il killer senza volto onde tem um papel fundamental na identificação do assassino.

PRANCHA DE TICCI

TEX ESP. FÉRIAS 2 (BRASIL)
15ª Il deserto di Mojave - TEX 254 - 256 (DEZ 1981 – FEV 1982), Argumento de G. Nolitta e arte de F. Fusco. No Brasil: O vale da morte (TEX 160; TXC 307-309; TEF 02).

Sinopse: Em Las Vegas, Califórnia, onde se encontra de passagem com o seu filho Kit, Tex Willer impede que o velho amigo, Moses Hewitt, cometa suicídio por não conseguir um empréstimo que lhe permita pagar os salários atrasados aos seus operários que trabalham na extração de boráx, em pleno vale da morte, no deserto Mojave.

Hewitt está à beira da ruína devido concorrência desleal da companhia Nevada Borax que utiliza os índios Shoshones, como mão-de-obra, em condições desumanas e mortais. A informação prestada por Hewit contraria, completamente, as garantias dadas por Luther Denison, o gerente da Nevada Borax, quando se encontraram no caminho de Las Vegas, que os Shoshones teriam tratamento e condições de trabalho iguais aos homens brancos.

Decididos a esclarecer a situação dos Shoshones e a punir os responsáveis, caso se comprove que o povo está a ser escravizado, Tex e o seu filho deslocam-se às jazidas de bórax, em Furnace Creek, em pleno Death Valley, onde vão descobrir a terrível realidade de um povo, e enfrentar uma organização criminosa que inclui insuspeitos inimigos.

Comentário: Narrativa tipicamente nolittiana, repleta de volte-faces e intrigas, que mantém os heróis e o leitor na ignorância, sobre os verdadeiros responsáveis, até próximo do desfecho final.

TEX 1ª ED. 276 (ITÁLIA)
16ª  La grande minaccia – TEX 276 - 277 (OUT - NOV 1983), Argumento de G. Nolitta e arte de A. Galep No Brasil: A grande ameaça (TEX 182-183; TXC 329-330).

Sinopse: Nos arredores de Cedar City, uma família e uma caravana de mórmons são completamente chacinados por misteriosos assassinos mascarados que deixam, no local, apenas duas palavras enigmáticas: “Mountain Meadow”.

Em Cedar City, Tex, que chefiava a caravana dos mórmons massacrada juntamente com Kit e Jack Tigre, encontra-se com Moses Boglum, o líder da comunidade, que, profundamente consternado com a situação, revela o trágico incidente ocorrido vinte anos antes que pode estar relacionado com os massacres atuais, não obstante não se vislumbrar qualquer relação além de ter ocorrido em Montain Meadow.

Apesar dos esforços de Tex e os seus parceiros, as investigações efetuadas revelam-se inconclusivas, e pouco contribuem para o esclarecimento da situação. Contudo, o aparecimento de Almon Kirtland, considerado louco pelos mórmons, que escapa à vigilância dos familiares, e, como se fosse um profeta, passeia a cavalo pela cidade fazendo revelações sobre a fatídica noite, coloca os heróis na pista certa.

Esta nova pista vai forçar Boglum a revelar toda a verdade sobre “Mountain Meadow”. Uma verdade terrível, que que poucos conhecem, e que procuravam a todo o custo esconder, mas que se revelará crucial para explicar o porquê das atrocidades praticadas pelos assassinos mascarados.

Comentário: Inspirado num fato histórico, o massacre de uma caravana em Mountain Meadow, Nolitta cria esta belíssima história, que é um autêntico policial de investigação e mistério.

Legenda:

[1] Antes de iniciar a leitura não deixe de ler a 1ª Parte.

[2] Leia a análise na integra em: Obras primas bonellianas - Assalto ao trem

[3] Leia a análise à aventura em: Trapper - obra prima bonelliana

[4] Leia a análise à aventura em: A outra face